«Somos todos pessoas, e somos todos humanos, e só esta família humana é aquilo que mais importa» – Daniela Guimarães

Gondomar, 16 jun 2025 (Ecclesia) – A Cáritas Diocesana do Porto (CDP) destacou que tem existido “um esforço conjunto” para “a integração de migrantes”, por parte de instituições civis, instituições da Igreja, e do próprio município do Porto.
“No Porto tem havido um esforço conjunto, inclusivamente, quer instituições civis, quer instituições da Igreja, o próprio município está a elaborar o plano municipal para a integração de migrantes. Esperamos, e estamos no ano da esperança, portanto, temos muita esperança, que isto possa ser efetivamente acolhido de uma forma integrada e consertada para que não haja essa imagem dos ‘nós e os outros’, disse Daniela Guimarães, técnica coordenadora na CDP, à Agência ECCLESIA.
“Somos todos pessoas, e somos todos humanos e só esta família humana é aquilo que mais importa no final de tudo”, realçou, em declarações na Peregrinação Jubilar dos Frágeis e do Mundo da Saúde.
No Porto, no dia 10 de junho, perto da Rotunda da Boavista, voluntárias de uma associação que apoia pessoas em situação de sem-abrigo foram agredidas, quando distribuíam comida, por dois homens que as responsabilizaram pelo aumento de imigrantes no país.

Daniela Guimarães, secretária da direção da Cáritas Diocesana do Porto, explica que a questão das migrações é conhecida pela instituição “de uma forma bem mais consistente”, e, desde meados de 2022, que, em todos os fóruns e em todos os momentos de encontro, “tem alertado para uma nova procura, um novo perfil até de pessoas que procuram apoios”.
Neste contexto, a entrevistada destaca ainda que “está na rua o boletim da Cáritas”, publicado neste mês de junho, que tem como tema central a migração, onde explicam “como é que a migração e os migrantes são acolhidos” na própria rede Cáritas, as 20 Cáritas Diocesanas de Portugal.
“Como é que a questão da migração é também trabalhada por todos, não só na perspetiva do apoio social, mas também na perspetiva de algumas Cáritas Diocesana que já são elas próprias empregadoras de migrantes, desde creches multiculturais, a situações efetivas de emprego”, acrescentou Daniela Guimarães.
A Cáritas Diocesana do Porto, nesse boletim, que tem como título ‘Uma Família Humana, Uma Casa Comum’, destacou o seu projeto ‘PERTENSER+’, desenvolvido devido ao “número crescente de pedidos de apoio por parte de famílias migrantes, sobretudo oriundas da América Latina e após a identificação clara dos desafios comuns”.
“Promover a cultura do Acolhimento e do Encontro, através de ações concretas de apoio diferenciado e inovador, com vista a contribuir para um processo de integração social mais harmonioso, foi a ideia-chave de todo o processo”, acrescenta, indicando que, “numa lógica de muita proximidade”, acompanharam 15 famílias, compostas por adultos e crianças, naturais da Argentina, Brasil, Colômbia e Venezuela.
CB/OC