Porto: Bispo lamenta violência «cobarde» que marcou Semana Santa

Dramas como o terrorismo «não podem ter a última palavra diante da esperança renascida da Páscoa», frisa D. António Francisco dos Santos

Porto, 28 mar 2016 (Ecclesia) – O bispo do Porto celebrou este Domingo do Dia de Páscoa, na Sé local, recordando “o drama do terrorismo” que esta última semana “feriu a Europa e o mundo”.

“Num tempo dilacerado por tantas e desnecessárias divisões, o mundo e muito concretamente a Europa e Portugal precisam da sabedoria, da lucidez e da determinação de todos para que saibamos fazer do diálogo a chave da harmonia e da concertação entre todos”, apontou D. António Francisco dos Santos, na homilia da celebração.

Na sua intervenção, enviada hoje à Agência ECCLESIA, o prelado lamentou os atos de violência que “nesta Semana Santa” atingiram “de novo, de forma cíclica e cobarde” pessoas inocentes, tanto no Velho Continente como por exemplo no Paquistão, em que um bombista suicida causou a morte a dezenas de cristãos.

Sublinhando que a festa da Páscoa convoca a algo “maior e melhor”, o bispo do Porto lembrou também os “doze portugueses emigrantes” que “de forma cruel e impensável” perderam a sua vida num desastre rodoviária quando regressavam a Portugal para passar esta quadra com os seus familiares.

Apesar de todas as tragédias que se acumulam, e que se juntam à situação dos imigrantes “que chegam inanimados às portas fechadas da Europa ou morrem na orla das praias do Mediterrâneo, as vitimas inocentes da perseguição religiosa ou étnica em tantos países em guerra”, elas “não podem ter a última palavra diante da esperança renascida da Páscoa”, frisou o responsável católico.

Para D. António Francisco dos Santos, “é hora de levantar o olhar para o alto” e com a força de Cristo ressuscitado e de todos quantos hoje querem construir um futuro diferente, “abrir novos caminhos”.

“Vejamos os caminhos trilhados pelo Papa Francisco. Saudemos os gestos de governantes, de educadores, de pais, de voluntários e de profissionais competentes que resistem à inércia dos que nada fazem para bem dos outros ou dos que se submetem impassíveis à tirania do mal, da violência e do ódio”, disse o prelado, lembrando a responsabilidade que recai sobre todos os cristãos.

“A Páscoa comporta uma riqueza inesgotável. Convoca-nos para estarmos presentes e sermos ativos em todos os domínios da vida humana, religiosa, cultural, social e política”, exortou.

JCP 

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Agência ECCLESIA

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