Porto: Bispo incentiva sacerdotes contra «rotina, desencanto ou desalento»

D. António Francisco dos Santos quer uma Igreja «porta franca da misericórdia»

Porto, 25 mar 2016 (Ecclesia) – O bispo do Porto assinalou que é a partir do “terreno da oração confiante”, da comunhão fraterna e da “gratidão dedicada ao presbitério diocesano” que o olhar dos pastores “se volta para o futuro”.

“Pertence-nos semear, trabalhar a terra, cuidar da sementeira e esperar com paciência a hora da colheita, na certeza de que nos campos espiritualmente trabalhados hão de florescer novas vocações e há de frutificar a Alegria do Evangelho”, disse D. António Francisco dos Santos.

Na homilia da Missa Crismal, enviada à Agência ECCLESIA, o prelado incentivou os sacerdotes a pedir a Deus que “não permitam” que se instale na sua vida “a rotina, o desencanto ou o desalento”.

Na celebração desta quinta-feira, na Sé, o bispo do Porto mobilizou a uma “Igreja porta franca da misericórdia” explicando que é a partir do “terreno da oração confiante, da comunhão fraterna e da gratidão dedicada ao presbitério diocesano” que o olhar se volta para o futuro.

“Peçamos a Deus sacerdotes que amem a Igreja como una e a mesma, seja nas grandes celebrações seja na humildade do viver discreto em paróquias isoladas, no silêncio da contemplação, no paciente atendimento do confessionário e na porta sempre aberta aos que procuram Deus de coração sincero”, desenvolveu.

Neste contexto, D. António Francisco dos Santos disse também para pedirem sacerdotes de “coração livre e aberto” a todos e se têm algum excesso de zelo e de atenção “que seja com os pobres”.

Durante a Missa do Crisma, os sacerdotes renovam as promessas feitas no momento da ordenação; são abençoados o óleo dos enfermos, o óleo dos catecúmenos e do crisma.

“Fomos ungidos para andarmos com Jesus e como Jesus anda: Fazendo o bem, desinstalando-se de comodismos vazios de sentido, desapegando-nos de seguranças efémeras, aprendendo diariamente a fazermo-nos ao largo, a passarmos a novas margens, a subirmos à Galileia ou a descermos com Jesus a Jerusalém”, assinalou.

Para D. António Francisco dos Santos, o sinal “mais belo da unção” é a “alegria serena e a bondade sem limites” dos sacerdotes que foram ungidos com o óleo da alegria para “fazer sentir nas comunidades e irromper no mundo a bondade, a ternura e a misericórdia de Deus”.

“É do bálsamo desta unção de esperança, de bondade e de misericórdia que o mundo hoje mais precisa”, observou, na homilia também publicada no sítio online da Diocese do Porto.

Segundo o prelado, os sacerdotes sentem também que como “batizados, ungidos do Senhor”, são “chamados, consagrados e enviados” por Deus a todas as pessoas.

“Deus reuniu circunstâncias, congregou pessoas e deu-nos sinais que nos permitiram ouvir a Sua voz, acolher o Seu sonho, entender a Sua mensagem e abraçar o projeto, a nosso respeito”, explicou.

Neste contexto, referiu que ao fixarem “o olhar em Jesus” sentem que sempre O tiveram e têm ao seu lado e que consigo “estiveram pais, párocos, formadores e o povo fiel e santo de Deus”: “Sem eles nenhum de nós seria o sacerdote que hoje é.”

CB

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