Porto: Bispo destaca «interpelações profundas» da obra de Manoel de Oliveira para o futuro

Porto, 10 abr 2015 (Ecclesia) – O bispo do Porto explicou que a Palavra de Deus é “bálsamo que alivia o coração nas horas de luto”, na Eucaristia de 7.º dia por Manoel de Oliveira onde recordou a sua obra e legado.

“O gosto pela natureza, a forma de compreender e respeitar a dignidade humana e o modo de intuir os complexos contextos da sociedade atual deixam-nos, através dos seus filmes, interpelações profundas e oportunos desafios para percebermos o rumo do futuro da humanidade”, explicou D. António Francisco dos Santos, na Sé do Porto.

O prelado destacou que Manoel de Oliveira, numa entrevista, disse que tinha “um arquivo gigante de ideias que ainda não pusera em prática” e que hoje pertence “sobretudo” aos portuenses e às gerações futuras “aprender na escola deste grande Mestre” que soube associar o “talento e a simplicidade, o rigor e a arte, o sonho e a criação, a família e o trabalho, o amor à sua cidade-mãe e a dimensão do mundo”.

“Uma vida dada é um tesouro que se guarda, é uma semente que germina, é uma luz que irrompe na manhã, é o anúncio definitivo da Páscoa, é a certeza perene da ressurreição”, acrescentou o bispo do Porto sobre a vida de Manoel de Oliveira.

Na homilia publicada no sítio online da Diocese do Porto, D. António Francisco dos Santos destacou o “homem de brilhante saber” que se maravilhava diante da “sensibilidade dos mais humildes e dos gestos mais simples”.

“A Palavra de Deus é, também nestes momentos, nossa âncora e nosso farol. Mas mais do que isso, dá sentido à nossa esperança na vida para lá da morte”, explicou D. António Francisco dos Santos.

O bispo do Porto exemplifica que a Palavra de Deus fortalece o “valor insubstituível da amizade dos mais próximos” e sustenta a família de quem parte.

“Transforma em bênção que permanece para sempre, a memória sagrada de quem nos deixa”, observou, na Eucaristia celebrada esta quarta-feira.

Neste contexto, D. António Francisco dos Santos disse que sabia que para a família do cineasta portuense, e para todos os presentes na Sé, a Palavra de Deus é a “luz serena que brilha como estrela na vigília da noite a anunciar que Mestre Manuel de Oliveira já contempla a luz da ressurreição e da Páscoa”.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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