Porto: Bispo deixa críticas à legislação recente sobre a família e a procriação, em Portugal

D. Manuel Clemente celebra com padres da diocese e pede Igreja atenta aos pobres

Porto, 05 abr 2012 (Ecclesia) – O bispo do Porto lembrou hoje os “pobres de tantas pobrezas, antigas e novas”, que exigem uma resposta por parte da Igreja Católica, e deixou críticas à legislação recente sobre a família e a procriação, em Portugal.

“A presente ‘crise’ atinge dum modo ou doutro a todos”, disse D. Manuel Clemente na homilia da Missa Crismal, que marca o início das celebrações da Quinta-feira Santa, junto do clero da diocese.

O vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa admitiu a falta de “meios materiais” para enfrentar as dificuldades atuais, mas frisou que ninguém se de “dispensar” de a enfrentar.

Este responsável aludiu, em particular, à “problemática da família e da juventude”, destacando obstáculos “materiais e sociais, referentes ao que lhes devia ser proporcionado e de facto não é”, e de ordem “moral e cultural, por deficiente preparação humana e relacional”.

Segundo D. Manuel Clemente, há “falta de contemplação pública e legal da realidade familiar”, deixando críticas indiretas à legalização do casamento entre homossexuais e aos projetos legislativos sobre a maternidade de substituição.

O bispo do Porto destacou a necessidade de “complementaridade e conjugação homem-mulher”, pela “vida naturalmente concebida e processada, num ventre realmente materno”.

“Em muito se denota a redução individualista da sensibilidade corrente, em que o ético e o moral pouco ultrapassam o que a cada um pareça ou apeteça, bastando que haja meios técnicos para o obter e não devendo a lei senão corresponder-lhe”, lamentou.

Neste contexto, o bispo do Porto declarou que “a presente ‘crise’, nascida de tanto despiste de olhares e desejos, só pode resolver-se voltando à origem, à fonte e à raiz – e bem ‘radicalmente’”.

“Recebemos Cristo como resposta de Deus ao mundo e, quanto mais o recebermos como força, substância e verdade de cada um dos nossos dias cristãos e sacerdotais, tanto mais o transmitiremos aos outros, quer como resposta a necessidades urgentes, quer como significado das circunstâncias todas, ainda as mais perplexas”, disse D. Manuel Clemente.

Durante a celebração, na Sé do Porto, foram abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o óleo do crisma, os quais são levados posteriormente para todas as paróquias, onde são utilizados na celebração dos sacramentos do Batismo, Crisma, Ordem e Unção dos Doentes.

Os bispos e padres presentes renovaram as promessas feitas na sua ordenação sacerdotal.

OC

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Agência ECCLESIA

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