D. António Francisco dos Santos recorda situações de pobreza, perseguição e injustiça que exigem respostas
Porto, 26 dez 2016 (Ecclesia) – O bispo do Porto recordou na sua homilia de Natal os que mais sofrem e os pobres, pedindo ações concretas para superar situações de pobreza, perseguição e injustiça.
“O Natal cristão convida-nos e compromete-nos a fazer resplandecer a luz do nascimento de Jesus na vida de todos, traduzida em sonhos de uma vida nova para os que mais sofrem e para os pobres”, disse D. António Francisco dos Santos, durante a Missa a que presidiu este domingo, na Solenidade do Natal do Senhor.
O responsável começou por saudar aqueles para quem é mais difícil acreditar que “Deus lhes quer bem e os ama”, porque vivem na “noite da pobreza, da dor, da injustiça, da solidão ou da marginalidade”.
“Vinte séculos depois, o mundo continua a fechar as portas das albergarias da cidade diante da vida que nasce, incomoda e desinstala e frente a famílias de refugiados, sem teto, sem terra e sem trabalho”, lamentou o bispo do Porto.
Na noite anterior, D. António Francisco dos Santos passou a Consoada com um grupo de idosos e uma família de refugiados, acolhidos numa instituição da diocese, a anta Casa da Misericórdia de Penafiel.
“Quis levar-lhes presença e esperança de que se outras estrelas não brilharem para eles na escuridão da tristeza e se outro calor não vencer a solidão da noite, a distância dos seus países e a saudade das suas famílias, a Igreja está com eles”, explicou o prelado.
Já a Missa do Galo foi celebrada no Centro Materno-Infantil do Hospital de Santo António, no Porto.
“Estes sinais de um mundo novo em gestação que o Natal anuncia e antecipa não podem silenciar esta humana pergunta: Como sonhar esta mesma alegria do Natal nas ruas manchadas pelo sangue derramado em Paris, Nice, Ancara ou Berlim?”, referiu D. António Francisco dos Santos, na celebração do Natal.
“Como construir presépios nas ruínas de Alepo, donde obrigaram a fugir os cristãos? Que presente de Natal oferecer ao menino que chora porque o seu pai está preso?”, acrescentou.
O bispo do Porto deixou votos de que todos saibam manter viva a “essência do Natal”.
“O Natal, dom de Deus e nascimento de Jesus, acontece diariamente no coração que as pessoas, as famílias e as comunidades cristãs transformam nos melhores presépios, para que Jesus aí nasça”, assinalou.
OC