D. Manuel Linda lança «uma exortação para que não esmoreça a forte dinâmica pastoral e social gerada na JMJ»
Porto, 06 set 2023 (Ecclesia) – O bispo do Porto alertou para a “crise” do voluntariado social e do associativismo e apelou ao “rejuvenescimento da participação” nos projetos sociais.
D. Manuel Linda divulgou através da página da internet da diocese a exortação pastoral “A Alegria Que Nasce Do Serviço”, publicada por ocasião do início de um novo ano pastoral, alertando para a extinção de associações “por falta de órgãos de direção”.
“Precisamos de gente séria que se comprometa com as associações”, afirmou o bispo do Porto, enumerando os “imensos” setores onde “se pode colaborar para o bem comum”, nomeadamente bombeiros voluntários, Ligas de Amigos ou voluntariado dos hospitais e prisões.
O bispo do Porto apelou ainda ao voluntariado “na ajuda/animação sénior, nos grupos de intervenção ecológica, no apoio a peregrinos e migrantes, nas associações de desenvolvimento integrado, no compromisso com crianças e jovens vulneráveis, nas redes de apoio familiar, na ajuda a pais e familiares de pessoas portadoras de deficiência, na integração dos sem-abrigo, na ajuda a organizações que fornecem refeições gratuitas ou económicas, na colaboração com Unidades de Cuidados Continuados, nos centros de recuperação de comportamentos aditivos, integrando os tais grupos de animação sociocultural e desportiva”.
“Na atualidade, as mudanças sociais em ato parecem dificultar a solidariedade e as transformações culturais estão a criar um acentuado neo-individualismo”, afirmou.
O bispo do Porto apelou também “a uma maior colaboração na vida da Igreja”, não só por obrigação mas por “essência sinodal”, referindo que “a Igreja é a pátria do voluntariado”.
“Precisamos de os revitalizar com gente nova e decidida a dar tudo em prol do Reino”, indicou o bispo do Porto, referindo-se aos “setores da catequese e animação juvenil, grupos corais, acólitos e leitores, divulgação das atividades pastorais por intermédio das páginas web e redes sociais, visitadores de velhinhos e sós, Conselhos Económicos e Pastorais”.
D. Manuel Linda apontou também a necessidade de “revitalizar com gente nova e decidida” o o trabalho social, o “associativismo” dos batizados, os “centros de escuta e de diálogo”, o “voluntariado para manter abertas as igrejas em segurança” e os “guias” acompanharem as visitas às “igrejas e eventual espólio museológico”, “sem esquecer o compromisso vocacional no sacerdócio ou na vida religiosa e missionária”.
“Ser cristão é investir, comprometendo-se, em futuro, em sonhos. Não é entrar nele como quem não tem outro remédio senão deixar-se levar pelo tempo”, afirmou o bispo do Porto evocando as mensagen do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude.
O cristão é o fermentador do futuro: é o que prepara a terra, lança a semente, cuida dela, recolhe o fruto e o distribui por todos. E realiza isto no esforço e na canseira. Mas sabe que é nesta que se gera a alegria”.
D. Manuel Linda começa por se referir, na exortação pastoral, que o novo ano pastoral de 2023/24 começa “com a memória viva e agradecida da extraordinária vivência da fé e da amizade global na recente Jornada Mundial da Juventude”.
“Foi uma explosão de alegria e otimismo, um forte contrabalançar de algum esmorecimento que se estava a apoderar de determinados setores da Igreja”, afirmou. O tema do Ano Pastoral 2023/2024 é “Vamos com alegria. Juntos por um caminho novo” e foi apresentado à Diocese do Porto em julho.
Com a publicação deste documento, o bispo do Porto quis “lançar uma exortação para que não esmoreça a forte dinâmica pastoral e social gerada na JMJ”.
“Que todos nos comprometamos em ações de voluntariado, fonte da verdadeira felicidade”, convidou.
PR
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