Porto: Bispo alerta para tempo gasto a «somar desculpas»

D. Manuel Clemente presidiu à ordenação de 32 diáconos, pedindo «caridade total e em benefício de todos»

Porto, 09 dez 2011 (Ecclesia) – O bispo do Porto afirmou esta quinta-feira, na catedral da diocese, que “nunca se agigantaram como hoje as culpas alheias e nunca se assumiram tão pouco as próprias”.

“Tanto tempo a somar desculpas aumentou-nos muito o seu peso mal descarregado”, assinalou D. Manuel Clemente, na homilia da missa a que presidiu para celebrar a solenidade da Imaculada Conceição, com lugar à ordenação de 32 diáconos.

Para este responsável, é difícil encontrar “um noticiário” ou l”uma análise da situação” que “não pareçam um ‘capítulo de culpas’, sobretudo alheias”.

“Do mais íntimo sabemos que não nascemos para remorsos sem nome, nem para eternas desculpas. Tudo nos grita, do mais fundo de nós mesmos, que fomos criados para mais e melhor, nós e o mundo que arrastamos, para bem ou para mal”, prosseguiu.

Aos 30 novos diáconos permanentes e dois diáconos que se preparam para o sacerdócio, D. Manuel Clemente pediu “caridade total e em benefício de todos”.

O diaconado permanente, restaurado pelo Concílio Vaticano II há mais de 40 anos, é o primeiro grau do sacramento da Ordem, a que podem aceder homens casados (depois de terem completado 35 anos de idade), o que não acontece com o sacerdócio.

O bispo do Porto deixou votos de que os novos ministros da Igreja mostrem “humildade, disponibilidade e serviço a todos, sobretudo aos pobres”.

Este grupo de diáconos permanentes, acrescentou D. Manuel Clemente, “certamente, não colmatará a falta de sacerdotes”, mas “permitirá, com o tempo, recentrar os presbíteros no que lhes é mais específico e tanto urge”.

“Na comunidade cristã e nas vossas ocupações correntes, profissionais e sociais também, sereis sinais vivos e ativos daquele Cristo que assim mesmo se definiu um dia e tão particularmente vos define agora”, disse o prelado aos novos diáconos.

OC

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