Porto: Banda Musical de Melres, em Gondomar, vai comemorar o centenário, em 2024

«As bandas não podem separar-se das festividades, fazem parte da cultura nacional» – Maestro Luís Macedo

Foto: Banda Musical de Melres

Gondomar, 26 ago 2022 (Ecclesia) – O maestro da Banda Musical de Melres, Luís Macedo, disse à Agência ECCLESIA que “as bandas não podem separar-se das festividades” por fazerem parte da “cultura nacional” e, com Banda a perfazer 100 anos em 2024, acredita que a aposta de futuro é a escola de música.

“As bandas não podem separar-se das festividades, é impossível, há espaço para música popular, música ligeira, todos os elementos mas as bandas têm de estar, é pedagógico, fazem parte da cultura nacional”, explica em declarações à Agência ECCLESIA.

Com grande ligação familiar à Banda, onde o pai já tinha sido maestro, Luís Macedo começou na Banda Musical de Melres em 1973, “como ouvinte”, depois em 1983 ingressou como músico e maestro de 92 a 98.

“Houve depois um interregno onde passei por outras bandas e fiz formação, em 2014 convidaram-me para assumir a direção pedagógica da escola de musica e em janeiro de 2016 ingressei como maestro até hoje”, recorda. 

Luís Macedo sempre desejou regressar à banda, “onde tem as as raízes musicais” e dois filhos músicos. 

“A Banda Musical de Melres é identidade da freguesia, para onde vai conhecem Melres e lembram-se por causa da banda, esta teve, tem e continuará a ter uma identidade muito forte não só na freguesia mas além fronteiras”, reforça.

O responsável lembrou ainda o concurso de bandas de 1982, “Sol de Verão”, dinamizado pela RTP, que a Banda de Melres ganhou e “aí ingressou no mercado muito forte até aos dias de hoje”.

O maestro indica a aposta na formação de futuros músicos, “em termos musicais e sociais”, na Mell’Artes, e que se vão integrando na identidade que é a Banda, depois de “dois anos parados” devido à pandemia.   

Com a Banda quase a perfazer 100 anos de existência, Luís Macedo destaca que o “reportório é a publicidade” que a Banda pode ter. 

“Quando vamos a um arraial há várias faixas etárias e temos de nos adaptar ao público e transmitir vários tipo de linguagem musical, desde a sua história que a Banda de Melres teve sempre um reportório variado, desde paso doble, marcha militar, zarzuela, entrada de uma ópera e música ligeira, porque se as bandas conseguirem captar o público, para o ano seguinte chamam-nos outra vez, o reportório que a banda toca é a nossa publicidade”, indica.  

O executante mais antigo da Banda Musical de Melres é José Carlos Soares Santos e toca clarinete. 

“Eu morava perto da casa de ensaio e na altura não havia muitas mais coisas, o futebol havia mas era longe, e havia miúdos que falavam da banda, então fui e comecei a aprender o solfejo, ler aquilo tudo cantado, e depois davam-nos um instrumento, na altura não havia muita escolha e foi o clarinete”, recorda o executante à Agência ECCLESIA. 

José Santos começou a tocar aos oito ou nove anos, e com 55 anos, continua com “grande gosto” a pertencer à Banda Musical de Melres.

“É cansativo mas é uma coisa que gosto de fazer, não há cansaço, dá-me gosto fazer e quem corre por gosto não cansa, aqui continuarei enquanto tiver saúde, enquanto diretor, neste momento, e como músico”, afirma. 

A história e importância da Banda Musical de Melres, através das duas entrevistas, é o mote do programa de rádio ECCLESIA deste sábado, 27 de agosto, pelas 06h00, na Antena 1 da rádio pública, ficando depois disponível online.

PR/SN

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