Porto: 25 anos a acompanhar o «Natal dos sós»

Paróquia da Campanhã oferece noite diferente para quem está sem companhia

Porto, 23 dez 2011 (Ecclesia) – A paróquia da Campanhã, no Porto, promove há 25 anos um jantar, na véspera do Natal, com aqueles que não têm possibilidade de estar acompanhados nesta quadra, iniciativa que se repete este sábado.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o padre Fernando Milheiro, pároco local, revela que todos os anos esta ação “é diferente” porque “está relacionada com a vida das pessoas” que participam em cada edição.

O «Natal dos Sós» é realizado pela referida paróquia, em parceria com associação Nun´Álvares, para uma quadra natalícia diferente: “Que todos estejam acompanhados e ninguém fique só”, frisou o sacerdote.

Para este ano, o padre Fernando Milheiro não tem previsões do número de participantes no repasto natalício de “bacalhau com batatas”, porque “as pessoas inscrevem-se sempre nos últimos momentos”.

Ao explicar as razões dos «sós» se inscreverem apenas nos últimos dias, o padre portuense disse que muitos deles “ficam à espera que uma pessoa de família ou vizinho os convide” e “quando se apercebem que não têm saída nenhuma e sabem da existência do «Natal dos Sós» contactam a instituição”.

Ao longo das 25 edições, o padre Fernando Milheiro recorda que nuns anos estiveram presentes “muitos trabalhadores do Leste, noutros ciganos, noutros gente dos bairros e noutros pessoas sem-abrigo”.

A associação Nun´ Álvares – situada naquela freguesia do Porto – “abre a despensa e a cozinha” para que tudo seja preparado e os mais solitários da cidade possam ter “companhia na noite de Natal”.

Se a maioria das pessoas que janta se situa na faixa etária dos 50 anos, o pároco da Campanhã afirma também “algumas pessoas não querem que se saiba quem são” porque “é sempre desagradável saber que a família os abandonou”.

Pelas 18 horas, os participantes começam a aparecer na sede da referida associação e recebem uma palavra de acolhimento do pároco e as “pessoas são sempre conhecidas pelo primeiro nome, para desvincular um pouco da família”.

Os jovens da paróquia mostram a sua disponibilidade e falam com as pessoas, no entanto “algumas estão pouco disponíveis para conversar”, proferiu e adianta: “A pessoa é sagrada e merece todo o respeito”.

No jantar – acompanhado com cânticos natalícios – “nota-se que existem bolsas de bondade e solidariedade”.

Depois da refeição, os “«anjos de Natal» (voluntários) levam as pessoas ao seu destino”, concluiu o padre Fernando Milheiro.

LFS

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