Pedra Mourinha faz parte de uma experiência em curso na Diocese do Algarve, que pensa a pastoral «não a partir dos padres e do clero, mas a partir das comunidades, de equipas evangelizadoras»

Portimão, 19 ago 2025 (Ecclesia) – A Comunidade da Pedra Mourinha, em Portimão, desenvolveu-se a partir do crescimento urbano na cidade e adotou a “chave missionária” que marca a reorganização pastoral na Diocese do Algarve, a partir de “equipas evangelizadoras”.
Para o pároco da Matriz de Portimão, paróquia a partir da qual se desenvolveu a Comunidade da Padra Mourinha, o trabalho, lançado primeiro em Portimão e em Lagos, “está a resultar”, e pensa a pastoral “não a partir dos padres, mas das comunidades e equipas evangelizadoras”.

“Está a ser um trabalho que está a resultar e que queremos, na diocese, ir pouco a pouco desdobrando e alargando a todas as outras zonas, começando a pensar a pastoral não a partir dos padres e do clero, mas a partir das comunidades, de equipas evangelizadoras, que depois são assistidas por um sacerdote. Mas não quer dizer que seja o sacerdote o responsável em cada uma das comunidades, que há de ter um responsável, seja um diácono, seja um casal, seja um leigo”, afirmou o cónego Mário Sousa.
O aumento da população na comunidade e a necessidade de encontrar um local para se reunir envolveu a comunidade na construção de um espaço, desde há 30 anos, que se concluiu em junho último, quando foi o bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, presidiu à celebração de dedicação da nova igreja da Pedra Mourinha.

“Este lugar foi concebido para a congregação das pessoas, pois são elas que fazem a Igreja não são as paredes”, afirma Vítor Sabino, diácono permanente, que desenvolve a sua ação pastoral na comunidade da Pedra Mourinha.
Para Vítor Sabino, tem disso fundamental para o crescimento da comunidade a colaboração com a paróquia da Matriz de Portimão que, com as equipas de evangelização, ajudou a estruturas a pastoral, a catequese, os coros ou a liturgia.
Cidália Reis e Jorge Reis estão ligados a esta comunidade desde os tempos em que um pequeno grupo de pessoas se reunia à noite para rezar, nas instalações de uma cooperativa vizinha.

“Mais tarde reuníamos na escola primária onde vinham umas senhoras da Matriz para a Celebração da Palavra, só algumas vezes tínhamos padre”, recorda Cidália Reis.
Jorge Reis sempre o tesoureiro e acompanhou as angariações de fundos e construção do atual templo, que responde às necessidades dos crentes “nos lugares que as pessoas habitam”.
Para o cónego Mário Sousa, a experiência da Comunidade da Pedra Mourinha corresponde ao que acontece na diocese e por toda a Europa, promovendo experiências missionárias a partir de outras comunidades, envolvidas na “necessidade primeira que é o anúncio do Evangelho”
“Sentimos essa necessidade no Algarve todo, e não é uma realidade que seja muito diferente na Igreja na Europa: as dificuldades que vamos sentindo em promover a Evangelização como ela é necessária ser promovida, numa região que vai crescendo e que depois não tem os meios humanos para poder acompanhar a celebração da fé e a necessidade primeira que é o anúncio do Evangelho”, afirmou o pároco da Matriz de Portimão.
O cónego Mário Sousa sublinha que a opção da Diocese do Algarve foi “fazer uma Evangelização a partir de comunidades melhor estruturadas, com maiores possibilidades a nível de disponibilidade e de pessoas para poderem dar assistência a outras comunidades, que se estão a constituir, como é o caso da Pedra Mourinha”.
A história e o desenvolvimento da Comunidade da Pedra Mourinha é apresentada no programa Ecclesia emitido esta terça-feira, na RTP2, pelas 15h00.
HM/PR