D. Antonino Dias realça a importância de envolver mais os leigos e de trazer a juventude de volta à Igreja
Portalegre, 18 fev 2016 (Ecclesia) – O bispo de Portalegre-Castelo Branco faz um balanço positivo do Sínodo que decorreu na diocese nos últimos sete anos, pela forma como envolveu as comunidades e mostrou uma Igreja Católica empenhada nos seus problemas.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, D. Antonino Dias disse que “a riqueza do Sínodo” consistiu sobretudo na oportunidade das pessoas “sentirem-se pedras vivas na construção da Igreja diocesana” e vai permitir “ousar uma pastoral mais persistente e com mais qualidade”.
“Há que mudar algumas estruturas e mudar aquilo que custa mais a mudar, que é a mentalidade, aquilo que é tradicional, que sempre se fez”, apontou o prelado, destacando “o papel” que os leigos já assumem hoje na diocese e que é preciso “reforçar”.
Atualmente, em várias paróquias, devido à escassez de sacerdotes, não há missa ao domingo mas sim “celebração da palavra presidida por leigos”.
Na diocese existem também “leigos mandatados para orientar funerais” e mesmo “a administração das paróquias está toda entregue a leigos, embora em comunhão com os párocos”.
“Insistimos para que isso aconteça cada vez mais, de uma forma mais responsável. Os leigos não podem ser só destinatários da evangelização (…) é importante que descubram cada vez mais a sua vocação ao apostolado, a sua missão como batizados, como membros da Igreja”, frisou D. Antonino Dias.
A juventude também é uma preocupação para a Igreja Católica local, uma vez que, de acordo com o bispo, “uma parte” dos jovens “fazem o crisma e abandonam um bocadinho” a prática cristã.
O espaço entre o crisma e a preparação do matrimónio, por exemplo, tem sido um espaço difícil de preencher e “será uma aposta com certeza”, no futuro.
Subordinado ao tema “O dom está em ti”, o Sínodo Diocesano de Portalegre-Castelo Branco teve início em 2009 para congregar todas as comunidades na construção e renovação da Igreja diocesana.
O cónego Bonifácio Bernardo, um dos membros envolvidos na implementação do Sínodo, destacou a “seriedade com que muitos grupos sinodais paroquiais” se envolveram nos trabalhos, “atentos aos problemas reais das comunidades e às respostas que seriam necessárias dar”.
Também a promoção do inquérito inicial às paróquias, que permitiu ir ao encontro dos anseios reais das pessoas.
“Elas sentiram que estávamos a falar daquilo que elas nos tinham transmitido”, realçou o cónego Bonifácio Bernardo, para quem o Sínodo foi sobretudo “um tempo de extraordinária aprendizagem para todos”.
A assembleia conclusiva do Sínodo Diocesano de Portalegre-Castelo Branco teve lugar no último sábado, no Seminário de Portalegre.
SN/JCP