Portalegre-Castelo Branco: Novo bispo constitui uma «renovação de esperança», afirmam os jovens da região

Diocesanos participaram na ordenação episcopal de D. Pedro Fernandes, este domingo, e falam das expectativas para a sua missão 

Foto João Cláudio Fernandes

Portalegre-Castelo Branco, 17 nov 2025 (Ecclesia) – Jovens da Diocese de Portalegre-Castelo Branco afirmaram a sua expectativa em relação ao novo bispo, D. Pedro Fernandes, desejando que seja fonte de motivação para as novas gerações, na região.

Filipa Rijo, da paróquia de São Lourenço, afirmou em declarações à Agência ECCLESIA que espera que o bispo ordenado este domingo, na Sé de Portalegre, “venha dinamizar as coisas e continue a fazer um bom trabalho”.

“Que trabalhe também com os jovens para continuarmos aqui animados e a trabalhar para a diocese e para a paróquia”, afirmou a jovem, de 21 anos, momentos antes da ordenação episcopal.

D. Pedro Fernandes foi ordenado bispo e tomou posse da diocese, numa celebração na Sé de Portalegre, que teve como ordenante o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas, e como co-ordenantes D. Antonino Dias, bispo emérito daquela diocese, e D. Teodoro Tavares, bispo da Diocese de Ponta de Pedras, Brasil, missionário espiritano.

Filipa Rijo recorda que só tem memória de ver como bispo D. Antonino Dias, que foi bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco nos últimos 17 anos, encarando a ordenação de D. Pedro Fernandes como “um grande momento para toda a gente” e principalmente para os jovens da sua idade e “mais novos”.

Francisco Silva, de 18 anos, confessa estar “muito grato” por assistir à entrada de um novo bispo para o território diocesano: “É sempre um prazer para os jovens e é uma renovação da esperança”.

Da paróquia da Sertã, veio Filomena Nunes para se despedir de D. Antonino Dias e assistir à ordenação de D. Pedro Fernandes, desejando que o novo responsável contribua para os “jovens se aproximarem mais da Igreja”.

“Há pessoas de muita idade que já estão a fazer certas coisas, como eu estou nas Mensageiras de Fátima, só somos duas ou três pessoas”, indica.

Filipa Rijo expressa que “às vezes o que falta é cativar os jovens”, referindo que na diocese são poucos os que participam na Missa.

“Acho que aí podíamos começar a fazer mais atividades, dinamizar mais o grupo de jovens também, acho que o bispo e também o padre, mas principalmente o bispo vai ser uma grande mais-valia, uma grande ajuda para motivar-nos a fazer coisas e estar presente connosco e, se calhar, conhecer-nos”, assinala.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, assegurou “proximidade e disponibilidade” à juventude, que foi reafirmada na celebração da ordenação: “Contemos uns com os outros. Vocês são preciosos aos olhos de Jesus Cristo, que vos ama infinitamente, vos chama e vos envia”.

A irmã Fernanda Luz, diretora do Secretariado Diocesano da Juventude e das Vocações de Portalegre-Castelo Branco, revelou que no sábado o novo bispo já se tinha encontrado com um grupo de jovens.

“Estamos cheios de esperança”, expressou.

A responsável espera que D. Pedro Fernandes “continue a construir a unidade na diocese que é tão dispersa com os cinco arciprestados e com estruturas tão diferentes”, explicando que “são três zonas”: o Alentejo, o Ribatejo e as Beiras.

“Que ele consiga com o espírito de Deus que está no seu ADN construir a unidade do povo e também a unidade e o ânimo dos jovens, consiga animar os jovens para se continuarem a comprometer na Igreja”, disse.

Foto: João Cláudio Fernandes

D. Pedro Fernandes, de 56 anos, é o segundo bispo da diocese da Congregação do Espírito Santo, tendo assumido o cargo superior da Província Portuguesa dos Espiritanos, entre 2018 e 2024.

“Enquanto Igreja, qualquer um que seja de qualquer congregação, seja diocesano, seja religioso, ser escolhido para este ministério concreto como bispo é realmente uma graça, é um dom”, disse o padre Hugo Ventura, superior provincial dos Missionários Espiritanos em Portugal.

Para os espiritanos, a ordenação episcopal de D. Pedro Fernandes tem um “sentimento duplo”, assinala o sacerdote.

“Por um lado, de alegria, de contentamento, porque é para isso mesmo que nós estamos ao serviço da Igreja […] Por outro lado, sentir que é menos um confrade que nós temos para alguns dos desafios mais internos”, salientou.

No entanto, de acordo com o padre Hugo Ventura, é preciso pensar “largo”, acreditando que a presença do novo bispo na diocese de Portalegre-Castelo Branco vai ser “valiosa” para aquela igreja.

“A experiência dele é uma experiência alargada, de vários anos, fora e dentro do país e que espero, rezo, rezamos, estamos aqui para isso mesmo, para que seja uma experiência que dê frutos, frutos abundantes para esta diocese e para a nossa igreja em Portugal também”, referiu.

D. Pedro Fernandes conta com passagens pela Guiné-Bissau, França, Moçambique, Itália e Portugal, em diferentes contextos e desafios.

“O facto de o bispo ser missionário acho que pode ajudar essas pessoas e a cultivar mais essa vontade, tendo a experiência próxima e o seu testemunho próximo de como é, até nos pode ajudar e incentivar a ir mais além do que na nossa diocese ou no nosso país, irmos para fora fazer missão”, testemunhou Filipa.

LJ/PR

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