Portalegre-Castelo Branco: Cáritas Diocesana e instituições parceiras vão receber 55 refugiados da Ucrânia

«Temos tudo organizado para que as pessoas se sintam o melhor possível» – Elicídio Bilé

Foto: Lusa/EPA

Portalegre, 18 mar 2022 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco disse hoje que a instituição vai receber 55 pessoas da Ucrânia na próxima segunda-feira, que já têm alojamento e ofertas de emprego à sua espera.

“Temos uma refeição quente preparada para quando chegarem e vão descansar nesse dia. Depois ficam todas na Casa Diocesana de Mem Soares durante o tempo que for necessário para a sua regularização: a inscrição por causa do certificado provisório de residência, a atribuição do NIF, a inscrição para emprego, a vacinação, que já tratamos com a Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano”, explicou Elicídio Bilé à Agência ECCLESIA.

O presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco referiu que ainda não sabem quantas mulheres e quantas crianças integram este grupo que não vai ficar todo nesta região; algumas pessoas vão para Estremoz, na Arquidiocese de Évora, e uma família vai para a Diocese de Santarém.

Estes refugiados ucranianos que fugiram da guerra com a Rússia vão ser acolhidos por famílias portuguesas – “umas disponibilizaram quartos na sua própria casa, outros em anexos condignos às habitações, e alguns montes alentejanos” –, o Município de Portalegre cedeu uma antiga residência de estudantes, que tem 14 quartos, cozinha, e um jardim, enquanto a Santa Casa da Misericórdia vai receber 16 pessoas.

Segundo Elicídio Bilé, neste momento, há mais famílias de acolhimento disponíveis do que refugiados, por isso, vão continuar a receber as pessoas que precisem de ajuda.

O responsável destacou que a delegação local da Cruz Vermelha Portuguesa ficou responsável pelo “acompanhamento psicossocial”, que também é “uma ajuda pelo menos nesta fase em que os traumas são mais acentuados”.

Para além do alojamento, o presidente da Cáritas de Portalegre-Castelo Branco adiantou também que já têm “ofertas de emprego” para todos os refugiados ucranianos, os que ficam nesta diocese como os que vão para Évora e para Santarém.

Temos tudo organizado para que as pessoas se sintam o melhor possível. O melhor que lhe podemos dar para além do alimento e alojamento, é dar voz, que possam estar à vontade, que possam sentir-se bem. Estamos muito felizes com este processo”.

O presidente da Cáritas diocesana precisou que este acolhimento é resultado da parceria entre a organização católica, o município, a Santa Casa da Misericórdia e a Cruz Vermelha, e envolve empresas da região, e as famílias.

Elicídio Bilé observou que a viagem das 55 pessoas está a ser realizada pelo JRS (Serviço Jesuíta aos Refugiados), a organização internacional da Igreja Católica “tinha pessoas para trazer, mas não tinham onde ficar”.

Um contacto que contou com a colaboração da Obra Católica Portuguesa das Migrações e da PAR – Plataforma de Apoio aos Refugiados.

Neste contexto, o entrevistado assinalou que os “10 mil euros” oferecidos por duas empresas da região para o aluguer do autocarro – a Selenis e a Evertis –, vai ajudar a comprar “alimentos, vestuário, tudo o que fizer falta” para este acolhimento.

O presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre-Castelo Branco assinala que para além de todos estes apoios – alojamento, emprego, ofertas de alimentos e roupa -, vão ter de “continuar a acompanhar as pessoas até terem autonomia”.

No próximo dia 23 vai realizar-se o concerto solidário ‘CAEP Voices Por Ucrânia’, às 21h00, no Centro de Espectáculos de Portalegre, com o objetivo angariar fundos para o apoio logístico do grupo de refugiados, e Elicídio Bilé explica que o valor alcançado nesta iniciativa do ‘CAEP Voices’ vai “fica à disposição da parceria” que envolve as organizações públicas e privadas.

“Nós somos solidários por natureza e, muitas vezes, quase que intuitivamente ligamo-nos às coisas e aos processos, sentimos isso na Cáritas em todos os processos que temos estado envolvidos, a solidariedade tem-se manifestado sempre”, conclui o entrevistado.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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