Portalegre-Castelo Branco: Bispo destina renúncia quaresmal para Fundo Social Diocesano e projeto na República Democrática do Congo

D. Antonino Dias fala em «autênticos imperativos de consciência da vida cristã», perante situações de crise

Foto: Comissão de Gestão do Património Religioso – Diocese de Portalegre-Castelo Branco

Portalegre, 17 fev 2021 (Ecclesia) – O bispo de Portalegre-Castelo Branco informa, na mensagem para a Quaresma, que os donativos das comunidades católicas vão reforçar o Fundo Social Diocesano e ajudar a construir um Centro de Acolhimento e Saúde na República Democrática do Congo.

D. Antonino Dias indica que 60% da renúncia quaresmal segue para a Arquidiocese de Kananga, onde trabalham dois sacerdotes de Portalegre-Castelo Branco; os outros 40% seguem para o Fundo Social Diocesano, que é gerido pela Cáritas local.

O bispo recorda que a renúncia quaresmal de 2020 já teve como destino o Centro de Acolhimento e Saúde na Arquidiocese de Kananga, mas o valor em toda a diocese acabou por ser “residual” – 1769,34 euros -, “devido ao ambiente de confinamento rigoroso”.

D. Antonino Dias explica que esta partilha em tempo da Quaresma é uma caminhada espiritual “disciplinada e vivida” na alegria da oração, da conversão interior, do pensar em Deus e nos outros, “do sentir a importância da gratuidade e da fraternidade”.

“Trata-se da mudança de mentalidade e de coração que também se pode traduzir em renunciar a isto ou àquilo, que, embora se julgue apetecível, não é necessário, e o seu custo se coloca de parte para a causa social anunciada”, acrescenta.

O bispo de Portalegre-Castelo Branco afirma que a pandemia de Covid-19 pode ser o contexto de humanidade em que a “fé é chamada a redescobrir-se e a dar fruto”.

Neste contexto, assinala que “exigidas pela situação de crise”, há um conjunto de ações que nos crentes são “autênticos imperativos de consciência da vida cristã”, como na solidão, saber ser presença construtiva, e no desespero “ser força de esperança”.

“Na doença, saber ser cuidador; na dificuldade económica ou social, saber partilhar e promover; na prossecução do bem comum, saber comprometer-se e fazer caminho em comum; nas palavras, saber edificar e promover a verdade; nas atitudes quotidianas, saber eleger e construir a justiça; nas relações pessoais e de cidadania, saber respeitar e acolher”, desenvolveu.

Segundo D. Antonino Dias, os cristãos não têm de ser uma “maioria social, percentual”, para serem uma “maioria virtuosa”.

“Podemos até ser uma minoria, mas, sem nos acanharmos e ganharmos complexo de seita, saberemos ser Igreja à dimensão do mundo e à dimensão do próprio Cristo”, realça na mensagem para a Quaresma 2021, intitulada ‘Saía dele uma força que a todos curava’.

A Quaresma é um tempo de 40 dias que se inicia hoje, com a celebração das Cinzas, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência como preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (4 de abril, em 2021).

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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