PORTALEGRE-CASTELO BRANCO: Amieira do Tejo

Os recentes incêndios chamaram, por infelizes motivos, a atenção sobre a localidade de Amieira do Tejo, no Distrito de Portalegre. Com a ajuda da Direção-Geral do Património Cultural apresentamos um dos monumentos a visitar na região, a Capela do Calvário, localizada numa das zonas mais elevadas da Amieira.

O templo que hoje conhecemos não é o original, pois há notícias de um outro, demolido no início do século XVIII, para dar lugar ao atual. Não se sabe em que data este começou a ser edificado mas, em 1728, já se encontrava em construção, como o comprova o testamento de Pedro Vaz Caldeira, que instituiu uma capela com os seus bens, cujos rendimentos deveriam ser aplicados na obra do Calvário. Contudo, as obras prolongaram-se e, no seu Dicionário Geográfico, o padre Luís Cardoso (de 1747-51) refere que apenas a capela-mor estava concluída, já com o retábulo, em cantaria (a imitar talha), que custou oito mil cruzados. Faltava, no entanto, "fazer o corpo da igreja, cujo gasto se tira dos bens que para este efeito deixou Pedro Vaz Caldeira, Sargento-Mor que foi desta Vila" (CARDOSO, 1751).

Nesta medida, é possível que os trabalhos tenham avançado entre as décadas de 30 e 40, uma vez que a cartela do portal principal ajuda a datar todo o edifício: Esta igreja mandou fazer Pedro Vaz Caldeira. Ano 1740 (SOUSA, RASQUILHO, 1982, p. 441).

De nave única, com duas capelas laterais correspondentes ao transepto e capela-mor quadrangular, a capela do Calvário da Amieira afasta-se da planimetria e dimensões que habitualmente caracterizam estes templos. A fachada principal é flanqueada por pilastras-cunhais encimadas por pináculos, situação que se repete nos restantes ângulos do edifício, à excepção da cabeceira, rematada por pinhas. Ao centro, abre-se o portal, de moldura reta mas encimado por frontão triangular, assente sobre mísulas e ladeado por urnas. Uma cartela, com a inscrição acima transcrita, encontra sobre o entablamento e o frontão. O alçado exibe, ainda, duas janelas de sacada, sobre mísulas e sobrepujadas por frontão triangular. Remata o conjunto um frontão recortado que enquadra um nicho, a que se sobrepõe um frontão curvo, interrompido pela cruz.

Rosário Carvalho

http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/72746

Em 1232, por doação régia de D. Sancho II, o domínio hospitalário alargou-se consideravelmente para Sul, passando a integrar as vilas de Amieira, Gavião e Crato.

No entanto, a vila de Amieira, cuja posse se integra na mesma conjuntura, foi dotada de um castelo já muito tarde, sensivelmente um século depois de passar para as mãos dos Hospitalários. A sua construção ficou a dever-se a Álvaro Gonçalves Pereira, filho bastardo do bispo D. Gonçalo Pereira, prior da Ordem do Hospital e pai do futuro condestável do reino, Nuno Álvares Pereira. Foi, ainda, a este último que se deveu a transferência da sede da Ordem, de Leça do Bailio para o Crato (1356), circunstância que levou toda a estrutura hospitalária para o coração do seu principal domínio fundiário.

Ler mais: http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70244/

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Agência ECCLESIA

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