Porta-voz do Vaticano volta a distanciar-se de declarações negacionistas

O Vaticano voltou hoje a condenar o Holocausto e a negação do mesmo feita por um bispo e um sacerdote lefebvrianos, ao afirmar que quem nega este episódio ignora a cruz e que é “muito grave” que esse revisionismo saia “da boca de um sacerdote ou de um prelado”. “Quem nega a Shoah (Holocausto) não sabe nada nem do mistério de Deus nem da Cruz de Cristo e é muito mais grave se a negação sair da boca de um sacerdote ou de um bispo, ou seja, de um ministro cristão, esteja unido ou não à Igreja Católica”, afirmou o porta-voz do Vaticano. O Pe. Federico Lombardi dedicou o editorial do último número do programa “Octava Dies”, produzido pelo Centro Televisivo Vaticano, ao tema “Shoah e mistério de Deus”. O director dos serviços de informação do Vaticano lembrou as palavras de Bento XVI, no passado dia 28, quando disse que a Shoah “tem de fazer reflectir sobre o imprevisível poder do mal quando conquista o coração do homem”. O jesuíta afirmou que Bento XVI “não só condenou qualquer forma de esquecimento e de negação da tragédia do extermino de seis milhões de judeus”, mas também pediu “um exame de consciência de cada homem para que se interrogue sobre as causas desta tragédia”. “Não podemos e não devemos negar o Holocausto”, atirou. O editorial do Pe. Lombardi criticava directamente as afirmações do bispo Richard Williamson, da Fraternidade São Pio X, que negou a existência das câmaras de gás, e as posições assumidas pelo sacerdote lefebvriano Floriano Abrahamowicz, da Itália, que apoiou as teses do prelado. O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, revelou que Bento XVI ficou “perturbado” com as declarações proferidas pelo bispo negacionista. Esta Quarta-feira, o Papa manifestou publicamente a sua “total e indiscutível solidariedade” com os judeus.

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