Porta-voz do Vaticano pede mais protecção para os cristãos iraquianos

O director dos serviços de informação do Vaticano, Pe. Federico Lombardi, pediu mais protecção para os cristãos iraquianos, questionando directamente as autoridades do país: Ou não são capazes de proteger os cristãos ou há uma vontade insuficiente de defendê-los”. Apesar das últimas indicações do governo iraquiano, afirmando que as famílias de Mossul começaram a regressar ao local, a situação no norte do Iraque continua tensa. Hoje, na terceira maior cidade do Iraque, permanecem apenas cerca de 500 cristãos, contra 25 mil na época de Saddam Hussein. Em declarações à agência Reuters, o Pe. Lombardi destacou a grande preocupação da Santa Sé, frisando que por detrás da violência há um problema de fundamentalismo islâmico, que pode se tornar ainda mais agressivo na actual situação iraquiana. A mais recente onda de violência na terceira maior cidade do Iraque levou à fuga de cinco mil pessoas. O governo de Bagdad enviou 900 polícias para a capital de Nínive e ordenou a detenção dos responsáveis pelos ataques. Situada 370 quilómetros a Norte de Bagdad, Mossul é uma das mais perigosas cidades do Iraque. Em Fevereiro passado, o Arcebispo caldeu da cidade, D. Faraj Rahho, foi raptado e encontrado morto algumas semanas mais tarde. A morte do Arcebispo Rahho foi o primeiro caso a atingir um membro do episcopado local. Em Junho de 2007, um padre e três diáconos foram assassinados em Mossul, capital da província de Nínive. Na mesma cidade, em Janeiro de 2005, fora sequestrado o arcebispo da comunidade siro-católica, D. Basile Georges Casmoussa. Segundo dados divulgados pela agência AsiaNews, do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras, entre 2003 e 2007 houve 172 assassinatos de cristãos iraquianos. A comunidade caldeia (a que congrega o maior número de católicos no país) reza na mesma língua que Jesus falava, o aramaico, e sobrevive há 2 mil anos sem nunca ter tido um rei ou um império cristão no território. Vivem no país antes dos tempos de Maomé e falam a língua local, mas a recente hostilidade de grupos muçulmanos armados desencadeada com a invasão norte-americana já reduziu o número de cristãos para cerca de metade.

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Agência ECCLESIA

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