Luísa Franco
Ir às periferias existenciais é uma das missões mais pertinentes, complexas e necessárias para enfrentar a crise ecológica.
“Constituir um lugar de encontro, catalisador da conversão ecológica”, é esta a visão assumida pela Associação Casa Velha – Ecologia e Espiritualidade para os próximoscinco anos, no âmbito do seu novo plano estratégico. Este lugar de encontro, “consigo, com os outros, com a natureza”, foi recentemente reconhecido pelo Vaticano enquanto boa prática a replicar, no âmbito do manual “A caminho para o cuidado da casa comum – Cinco anos depois da Laudato Si’”, a par de outra iniciativa, a Rede Cuidar da Casa Comum.
Cheguei à Casa Velha em 2012, entusiasmada e com vontade de explorar a ligação entre o Encontro, vivido nos “Atravessados” (grupo de voluntários da Casa Velha), através da oração e comunidade, e a Ecologia. Afinal, como estas duas palavras se interligavam na prática não me era claro.
Para alguém que estudou ecologia, era realmente difícil compreender como é que um conceito nascido no seio da ciência (sobretudo com Humboldt, no século XIX) podia, de repente, ser aplicado a tantas outras coisas e, até, às relações humanas. Foi preciso uma viagem, literalmente, para encontrar um princípio de resposta.