Presidente da CEP desafia a investir na «pastoral da inteligência» O Pontifício Colégio Português de Roma festejou este fim-de-semana os 105 anos do Instituto e os 30 de presença na nova sede, celebração que contou com uma mensagem de Bento XVI, que conheceu o Colégio nos seus anos de Cardeal da Cúria Romana. A cerimónia contou com a presença dos embaixadores portugueses junto da Santa Sé e do Estado italiano, bem como do presidente da Conferência Episcopal, D. Jorge Ortiga, e do Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo. O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa pediu que o Pontifício Colégio Português investisse cada vez mais numa “pastoral da inteligência “. Na homilia que proferiu na igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, D. Jorge Ortiga perspectivou, no âmbito dos festejos do 30.º aniversário da inauguração da nova sede da instituição, um novo paradigma de formação que deve nortear o Colégio. “Neste aniversário quero, talvez com alguma ousadia, fazer memória e perspectivar o futuro do Colégio Português como um dom para a Igreja em Portugal e para a sociedade portuguesa. Sendo orientado para sacerdotes, eles terão de exercer uma tarefa em benefício dum povo a quem deveremos proporcionar um existencialismo integral, sabendo que tudo nasce do “alto”, referiu o prelado, que sustentou que os clérigos formados no Colégio devem assumir as rédeas de uma nova atitude pastoral. “Precisamos de mostrar que a fé não limita horizontes mas abre novas perspectivas. Mais ainda, a pastoral da inteligência é uma tarefa para uma Igreja e uma sociedade participativa e responsável. Há um mundo novo que parece sem critérios nem referências. Precisamos de mudar e só concentrando-nos na reflexão encontraremos respostas novas”, explicou o presidente da CEP, proprietária do Colégio Português. “São muitos os dramas, as perplexidades, os enigmas. Daí que a Igreja, seguindo o caminho do homem, terá de lhe comunicar uma cultura que ensine a viver. Só isto será um verdadeiro agente activo da mudança que convém a todos. Mesmo dentro da Igreja é chegada a hora de dar profundidade à acção pastoral e de não se contentar com “chavões” ou gestos repetitivos”, sustentou D. Jorge Ortiga, que defendeu que “o Colégio Português é, entre outros, uma instância destinada a promover a pastoral do pensamento em todas as áreas, para numa inter-disciplinaridade, discernir respostas de felicidade. Se o fizer em todas as áreas do saber será, como augurava Leão XIII, “útil” para Portugal”. O Pontifício Colégio Português, propriedade da Conferência Episcopal Portuguesa, depende da Santa Sé e do Episcopado Português, sendo o Reitor nomeado pela Santa Sé através da Congregação da Educação Católica sob proposta dos Bispos de Portugal. Fundado para receber os presbíteros que, de Portugal ou de outras nações, são designados e enviados para Roma pelos seus Bispos ou Superiores para completar e aprofundar os seus estudos nas várias áreas do saber humano e teológico, esta casa lusitana em Roma, hoje com um carácter universal, acolhe actualmente 43 Presbíteros residentes de 12 nacionalidades diferentes. Conta, ainda, com o trabalho de uma comunidade de 5 irmãs da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias. Por ocasião destas celebrações, o Reitor do Colégio, Pe. José Cordeiro, revelou à Agência ECCLESIA que a festa visa “recordar o espírito de serviço” que marca a instituição ao longo da sua história. A importância do Colégio em Roma pode ser avaliada pelas palavras que João Paulo II proferiu em 1985: “a história da Igreja em Portugal e noutros territórios e Nações de expressão portuguesa, neste século, não poderá ser escrita sem referir a participação que nela tiveram os antigos alunos do Pontifício Colégio Português que conta no seu álbum de honra três Cardeais e quarenta e oito Bispos, sem esquecer os outros quase seiscentos servidores do Povo de Deus, em actividades de grande responsabilidade e, graças ao Senhor, com frutos e projecção que perduram”. Esta presença particular em Roma, “grande observatório da catolicidade”, torna-se pelo seu trabalho “um rosto visível da internacionalidade da Igreja”, como refere o Reitor do Colégio. Redacção/Diário do Minho
