Polónia: Papa encerra «dia de dor» com alerta contra a «crueldade» de hoje

Francisco evocou visita a Auschwitz e condenou todas as formas de tortura

Cracóvia, Polónia, 29 jul 2016 (Ecclesia) – O Papa disse hoje em Cracóvia (Polónia) que a “crueldade” humana não se esgotou em Auschwitz, no antigo campo de concentração nazi que visitou hoje em silêncio para rezar pelos que ali morreram.

“Hoje foi um dia especial, um dia de dor”, declarou, desde a janela da casa arquiepiscopal de Cracóvia, onde se deslocou pela terceira noite consecutiva para saudar a multidão que se reuniu na praça, diante do edifício.

Francisco revelou que na sua passagem por Auschwitz e a Birkenau pôde “recordar a dor de há 70 anos”.

“Quanta dor, quanta crueldade. Como é possível que nós, homens, criados à semelhança de Deus, sejamos capazes de fazer estas coisas?”, questionou.

O Papa disse em seguida que a “crueldade” humana não acabou nos antigos campos de concentração nazi.

“Hoje! Hoje torturam-se pessoas, muitos prisioneiros são torturados, imediatamente, para os fazer falar. É terrível. Hoje há homens e mulheres em prisões sobrelotadas, vivem – desculpem a expressão – como animais. Isto, hoje, é crueldade”, alertou.

Francisco sublinhou que nos locais atingidos pela guerra continua a haver pessoas a morrer “fuziladas ou com gás”, como aconteceu durante o regime nazi.

A intervenção recordou depois todas as pessoas que sofrem, como os doentes, as vítimas da guerra, os sem-abrigo ou os que têm fome, e evocou a visita a um hospital pediátrico, para visitar crianças doentes.

“Rezemos pelos muitos doentes, crianças inocentes, que carregam a cruz desde pequeninos. Rezemos por tantos homens e mulheres que hoje são torturados em muitos países do mundo, pelos presos que foram empilhados, como se fossem animais”, pediu.

Francisco observou que na tradição católica a sexta-feira é o dia em que se evoca a “morte de Jesus”, o que aconteceu com a celebração da Via-Sacra no Parque de Blonia, com os jovens que participam na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), para unir-se a “Jesus que sofre” não só há 2 mil anos, mas “que sofre hoje”.

“Rezemos todos pelos que sofrem hoje no mundo, cada um na sua própria língua”, propôs aos presentes, antes de se despedir.

OC

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Agência ECCLESIA

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