Documento do episcopado contesta pressões dos movimentos homossexuais e apresenta os “frutos amargos” da revolução sexual A Conferência Episcopal da Espanha (CEE), através do “Directório da Pastoral Familiar da Igreja na Espanha”, pediu oficialmente uma lei de protecção à família que evite “a descomposição e as confusões actuais” sobre esta instituição. Não tardou muito a instalar-se a polémica em torno das posições do episcopado, no novo directório, que os partidos de esquerda classificam de “reaccionárias”. Os bispos assinalam que a “desintegração da família” é a raiz dos males da sociedade e que a “revolução sexual” trouxe como frutos “a violência doméstica, os abusos sexuais, o divórcio e os filhos sem lar”. Para o PSOE, as teses da Igreja Católica na Espanha são “irritantes, fora de tom e reaccionárias”, opinião partilhada pelos movimentos homossexuais. Os bispos, de facto, denunciaram a pressão dos grupos homossexuais, “que reclamam como privilégio alguns direitos de poucos, corroendo elementos muito significativos de construção da sociedade que atingem a todos”. O documento, aprovado na Assembleia Plenária do Episcopado Espanhol, em Novembro passado, que o Bispo de Segorbe-Castellón e presidente da comissão da Família da CEE, João Antonio Reig, foi apresentado no dia 2 de Fevereiro. D. Reig disse que no ano de 2002, por cada 100 novos casais, outros 55,09 se separaram ou divorciaram. Os matrimónios duram cada vez menos: 52% dos que se separam não chegam aos dez anos de vida em comum. Para o Episcopado espanhol, equiparar o que é um casamento com o que não é, constitui “uma evidente injustiça”, pelo que pedem que se faça chegar às esferas políticas a afirmação desta clara diferença, para vencer a “importante pressão mediática” que actua favoravelmente à equiparação. “Não se pode ser neutro neste campo porque está em jogo a vida e o destino de tantas pessoas, assim como o direito das jovens gerações a conhecer a verdade do amor e da sexualidade humana”, indica o documento. Para a CEE existiram “políticas familiares insuficientes e erradas”, do que procede “um grande mal-estar em muitas pessoas que ficam feridas para sempre”. “Os poderes políticos – refere o documento – só reagiram com medidas muito parciais de assistência à família, ao constatar os efeitos da situação anterior, em especial do catastrófico ‘deserto ou inverno demográfico’ que o país está enfrentando”. O documento argumenta que a natalidade da Espanha é a mais baixa da Europa e do mundo. Em 2002 foi de 1,26 filhos por mulher. Veja o documento • DIRECTORIO DE LA PASTORAL FAMILIAR DE LA IGLESIA EN ESPAÑA