As organizações católicas de apoio aos imigrantes criticam duramente as actuais políticas de imigração, considerando que é necessário corrigir “burocracias paralisantes” e a forma “descoordenada e não esclarecedora” como se fazem exigências aos imigrantes e refugiados. “Afirmamos a necessidade de reformar procedimentos ineficazes, porque estão ofuscados pela segurança do formalismo da lei, mas cegos perante o real interesse das pessoas. É preciso identificar políticas de integração e, de uma forma coordenada e eficaz, dar-lhes corpo e levar até ao fim as acções que possam tornar efectivo o que elas propõem”, pode ler-se numa mensagem escrita por ocasião do Dia Internacional do Migrante, que se celebra a 18 de Dezembro, e assinada pelo Fórum de Organizações Católicas de Apoio aos Imigrantes (FORCIM). As organizações signatárias apresentam como exemplo os casos do processo de regularização dos imigrantes em situação irregular, considerando que as sucessivas alterações legislativas criaram “novas categorias de imigrantes, que os vão despojando não só de direitos adquiridos como também de capacidade reivindicativa”. A falta de oportunidades para encontrar um trabalho estável, as falhas na integração social, a dificuldade “e por vezes impossibilidade” de acesso a condições mínimas de habitação são outros casos apontados. O FORCIM denuncia a situação das “crianças abandonadas a si próprias, o que tem um impacto corrosivo no processo de integração” e do sistema educativo “que promove uma minoria privilegiada, ajuda uns tantos e vota outros ao fracasso, porque não sabe ou não quer acompanhar ou fazer-se acompanhar dos mais fragilizados, condenados assim a manterem e a reproduzirem a pobreza e a exclusão”. O documento lembra que “o nosso futuro, como o de toda a Europa pluricultural e multireligiosa não pode configurar-se sem uma presença acentuada de imigrantes”. “Fazemos votos de que, nesta quadra natalícia, a situação política conturbada que vivemos nos últimos dias não faça perder a lucidez nem o sentido do bem comum, colocando interesses particulares à frente dos colectivos”, aponta o FORCIM, alertando que “em nome de nada nem de ninguém poderíamos pactuar com tal posição”. O FORCIM é constituído pela Cáritas Portuguesa (CP), Centro Pe. Alves Correia (CEPAC), Comissão Justiça e Paz dos Religiosos e Religiosas (CJPR), Fundação Ajuda À Igreja que Sofre (FAIS), Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC), Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) e Serviço Diocesano da Pastoral de Migrações do Porto (SDPM). Notícias relacionadas • Imigrantes e refugiados não têm Natal
