Políticas de cooperação para combater o desemprego

Guilherme de Oliveira Martins defende postos de trabalho e denuncia aproveitamento da crise para gerar desemprego Inseridos num mercado global, as populações migrantes passam pelo mesmo tipo de problemas que afectam as sociedades em crise económica e financeira. Afirmando o ganho que constituem os imigrantes para a sociedade europeia, nomeadamente para Portugal, Guilherme de Oliveira Martins afirma a urgência de se desenvolverem “políticas de cooperação para o desenvolvimento” para que o fenómeno migratório não aumente o desemprego nos países de acolhimento e se possam encontrar soluções nos países de origem. Para Guilherme de Oliveira Martins, o problema do desemprego das populações imigrantes tem de ser resolvido também nos países de origem, através da cooperação, sobretudo com os países africanos por ser o continente com ausência de índices de desenvolvimento. Cuidar o emprego Em tempos de recessão, cuidar o emprego e encontrar soluções articuladas, nomeadamente na Europa, para os problemas da crise económico-financeira do presente são os desafios prioritários a enfrentar. Também no que diz respeito aos imigrantes. Para Guilherme de Oliveira Martins, é necessário estar atento ao “aproveitamento” de estruturas que se possam valer da crise para “não assumir as suas responsabilidades sociais”, gerando o desemprego. “Estes momentos são de maior responsabilização social”, referiu o Presidente do Tribunal de Contas no IX Encontro de Animadores Sócio-pastorais, que decorre este fim-de-semana. A par da preservação do emprego, Guilherme de Oliveira Martins considera que é prioritário cuidar as condições humanas de todos os cidadãos, salvaguardadas muito pela manutenção dos postos de trabalho. “As condições humanas e económicas tem de estar permanentemente no mesmo plano”, referiu. Para isso, “as pequenas e médias empresas têm de ser especialmente consideradas, porque são menos visíveis”. Porque a crise afectou a confiança na sociedade, é particularmente necessário “equacionar os temas da coesão económica e social, da justiça distributiva e da própria confiança”. “É precisa que, na economia, nós cuidemos da criação da riqueza” e da sua “equilibrada distribuição”. No caso dos investimentos públicos, defende uma cuidada análise. Porque não podem “sacrificar as gerações futuras” e não podem colocar em causa o desenvolvimento humano.O Presidente do Tribunal de contas sustenta que “não podemos estar a agravar a conta a enviar aos nossos filhos e aos nossos netos”, que seria, afinal, o endividamento. A cruz da crise Encruzilhada, crise, cruz, têm a mesma raiz etimológica, como recordou Guilherme de Oliveira Martins. Remete para o sentido de “oportunidade”, a retirar de situações sem saída. Aos participantes no IX Encontro, o Presidente do Tribunal de Contas recordou a gravidade da crise das sociedades ocidentais, que sugere a necessária atenção à sustentabilidade dos sistemas de protecção social e à atenção permanente ao capital social, gerador de confiança, de coesão ou de fragmentação nas sociedades. Em tempos de crise, temos de “adequar os nossos endividamentos aos nossos recursos, os nossos hábitos à riqueza que temos”, questionando a “civilização do ter, do aparecer, do puro aparente” E se habitualmente “não há almoços grátis”, os tempos de crise podem exigir almoços grátis: os que vão para o lixo e que podem ser recursos muito importantes para pessoas que necessitem. Será a oportunidade de “mais pessoas beneficiarem dos recursos que temos”. Notícias relacionadas • Europa a envelhecer precisa dos imigrantes • Perder o medo diante do estrangeiro

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Agência ECCLESIA

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