Política não é competência da Igreja

Papa saúda esforços da Cáritas no campo dos direitos humanos e perante os desafios da globalização Bento XVI recebeu esta manhã os participantes na 18ª Assembleia-Geral da Confederação Internacional da Cáritas e aproveitou o encontro para lembrar que o empenho da Igreja pela justiça social não passa por “fazer” política. Citando o discurso que dirigiu aos Bispos da América Latina, aquando da Conferência de Aparecida, o Papa referiu que a tarefa da política não é “uma competência imediata da Igreja”, a quem cabe “promover o desenvolvimento integral da pessoa humana”. “A mudança de estruturas injustas não é, por si só, suficiente para garantir a felicidade da pessoa humana”, precisou. Perante os representantes das 162 organizações que fazem parte da Caritas Internationalis – maior rede católica de auxílio social e humanitário -, Bento XVI falou dos “grandes desafios” que o mundo enfrenta, como a globalização, os abusos dos direitos humanos, as estruturas sociais injustas. Estas questões, assinalou, “apenas podem ser enfrentadas e resolvidas com uma atenção às necessidades mais profundas da pessoa humana: a promoção da dignidade humana, o bem-estar e, em última análise, a salvação eterna”. O Papa retomou algumas passagens da sua encíclica “Deus caritas est” para frisar que “a caridade da Igreja é universal nas possibilidades e nas oportunidades” “O verdadeiro conceito de caridade faz-nos chegar ao coração do Cristianismo. No trabalho das organizações humanitárias como a vossa, nós vemos os frutos do amor de Cristo”, disse aos representantes da Cáritas. “Vós sois chamados, através da actividade humanitária que empreendeis, a assistir a missão da Igreja e levar ao mundo inteiro o amor de Deus”, acrescentou. Para Bento XVI, “o acto de caridade deve ser inspirado por uma experiência de fé pessoal que leva á descoberta que Deus é amor”, colocando a assistência humanitária “no contexto de um testemunho de fé pessoal que então se torna parte do dom oferecido aos pobres”. No seu discurso, o Papa formulou também votos de felicitações ao Cardeal Rodríguez Maradiaga, eleito pela assembleia geral como Presidente da Caritas Internationalis. Em conclusão, Bento XVI lembrou os “incontáveis homens e mulheres” que beneficiam do serviço prestado pela Cáritas, presente em 200 países e territórios de todo o mundo, incluindo Portugal.

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