Política: Governo sem «margem para erros»

Grupo Sociedade e Política do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura diz que «Portugueses estão unidos na insatisfação com Portugal»

Lisboa, 04 jul 2011 (Ecclesia) – O Grupo Sociedade e Política do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC) considera que o novo Governo não pode errar e que a abstenção eleitoral provou o descontentamento da população com Portugal.

“Não há margem para erros. Cabe ao País não deixar de exigir continuadamente provas de confiança dos homens do leme. A estes é exigida verdade e lealdade para com o País”, ainda que “tenham que ser ‘desleais’ para com a tradicional lógica de favores dos aparelhos partidários”, assinala o documento intitulado “Tempos de exigência”, publicado hoje no site do SNPC.

O texto sublinha que “os Portugueses estão unidos numa insatisfação séria com a atual situação do País”, sendo esta “talvez a única conclusão clara” dos resultados das eleições legislativas realizadas a 5 de junho, de onde resultou um novo Governo de centro-direita, formado pelo PSD e CDS/PP.

Para o Grupo Sociedade e Política, “a esperança inerente à entrada em cena de um novo Executivo” é insuficiente para “fazer esquecer a abstenção que continua a revelar o descrédito da política e dos seus atuais intervenientes, mesmo considerando as muitas dúvidas que existem quanto à sua real dimensão”.

“Para muitos Portugueses não ficou muito claro se, de entre os que se apresentaram a eleições, estaria a pessoa certa para levar o barco a bom porto”, refere o documento, acrescentando que “depois de experimentar o resultado do abandono da política, a Sociedade vai ter que se desinstalar”.

O apelo à cidadania passa pela atenção às atitudes e comportamentos dos membros do Executivo: cada contribuinte deve encontrar “formas de exigir que os líderes políticos e o novo Governo empossado deem o primeiro exemplo de coragem e determinação”.

Os signatários frisam que é preciso “mudar discursos” e simultaneamente “contribuir muito mas exigir ainda mais”, mesmo que os “meios de participação para aqueles que não têm vocação de participação política partidária” aparentem “ser áridos e ineficazes”.

Para contornar esta realidade é preciso descobrir “formas de crescente e consistentemente os cidadãos e os políticos comunicarem, de serem feitas novas propostas por grupos da sociedade civil e de serem analisadas e criticadas as propostas do Governo”.

“Das poucas certezas que ainda podemos ter é que é preciso fazer por ‘renascer’”: “Temos de voltar a cuidar dos valores essenciais da nossa Sociedade pois só com um verdadeiro espírito de união e um atento olhar solidário poderemos ultrapassar os próximos tempos como País e como Nação”, destaca o texto.

Depois de salientar que os portugueses devem apostar no trabalho “de forma exemplar, empenhada e produtiva”, o Grupo Sociedade e Política acentua que “só com uma justiça distributiva” é possível ultrapassar a crise, pelo que “vai caber aos cidadãos assegurar que o contributo é dado por todos e de forma justa”.

“Este é o tempo em que Portugal terá que se reencontrar. Compete-nos a todos, e não apenas aos políticos, reinventar a democracia. Por cada um de nós, pelos que nos antecederam e pelos nossos filhos. O nosso amanhã nasceu hoje”, conclui o texto.

Este é o segundo documento publicado pelo Grupo Sociedade e Política do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, após o lançamento, a 25 de abril de 2011, do texto ‘Eleições – Uma nova oportunidade para Portugal’.

SNPC/RM

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