Política está em «profunda desorientação»

D. Jorge Ortiga sublinhou que é fundamental «encontrar uma luz no fundo do túnel» e que a crise obriga a uma recentralização na pessoa «para reiniciar um período novo na história».

Porto, 23 nov 2012 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral e Mobilidade Humana, D. Jorge Ortiga, considera que a política está a viver um momento de “profunda desorientação”

Na conferência que proferiu na Semana Social, a decorrer no Porto (Casa de Vilar), de hoje a domingo, D. Jorge Ortiga sublinhou que é fundamental “encontrar uma luz no fundo do túnel” e que a crise obriga a uma recentralização na pessoa “para reiniciar um período novo na história”.

Se a crise “é sistémica”, é essencial acreditar “que tudo dependerá duma hierarquia de opções que devem ser criadas através de uma reflexão conjunta”, salientou na sua intervenção sobre «Sociedade solidária e a responsabilidade da Igreja».

Segundo o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral e Mobilidade Humana, “a política, ou político, talvez não seja capaz de fazer uma verdadeira síntese, de oferecer uma autêntica leitura do mundo e da história” do tempo atual.

Com o tema «Estado Social e Sociedade Solidária», na Semana Social – reúne cerca de 300 participantes – D. Jorge Ortiga disse ser “utópico pensar numa igualdade efetiva”, mas mesmo conscientes desta situação, não se pode “ignorar a escandalosa desigualdade entre seres humanos”.

Ao nível das preocupações, o prelado apela a uma redução das desigualdades porque a sociedade necessita “duma igualdade, não só formal, mas substancial de modo que se torne um dos grandes valores da civilização”.

Em relação à juventude, D. Jorge Ortiga coloca o dedo na ferida e afirma claramente: “A sociedade ama a juventude, dedica-lhe imensas iniciativas, mas… não ama os jovens”.

As semanas sociais são promovidas de três em três anos pela Conferência Episcopal Portuguesa, com a coordenação de um grupo presidido por Guilherme d’ Oliveira Martins, e composto, entre outros por Alfredo Bruto da Costa, Eugénio Fonseca, padre José Manuel Pereira de Almeida e Joaquim Azevedo.

LFS

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Agência ECCLESIA

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