Política: CNJP pede «entendimento»

Alfredo Bruto da Costa defende consenso na aplicação do programa da troika, definido como «imperativo» para o país

Lisboa, 23 jun 2011 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) defendeu um “entendimento” entre a coligação PSD / CDS-PP e o PS, para que as medidas necessárias ao equilíbrio financeiro do país sejam implementadas em clima de “estabilidade”.

“Nessa altura já teríamos um apoio muito grande à execução do programa da troika, que por pior que seja, no ponto de vista social, é neste momento um imperativo do qual está dependente tudo quanto se queira fazer relativamente ao futuro”, realçou Alfredo Bruto da Costa, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Numa altura em que os socialistas se preparam para escolher novo secretário-geral, o antigo ministro dos Assuntos Sociais considera que “perante o tipo de problemas em que o país está mergulhado”, se trata de uma oportunidade para “deixar para trás aspetos de relação humana que complicam o contacto entre as pessoas”.

Durante a sua tomada de posse, nesta terça-feira, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho elegeu como principal prioridade a “redução da dívida”, no sentido do Governo poder depois “agir com maior liberdade” na implementação de políticas de recuperação em áreas como as finanças, a justiça e o setor social.

Dadas as limitações de natureza económica com que Portugal se debate, Alfredo Bruto da Costa antevê medidas que possam “ir ao encontro das necessidades das famílias em situação mais grave”, mas não está a contar com grandes “alterações estruturais” no que diz respeito ao combate da desigualdade social.

“Se nós não fizermos nada no sentido de reduzir a desigualdade com que os rendimentos e a riqueza estão distribuídos em Portugal, este tipo de planos ficarão abaixo daquilo que seria preciso para corresponder às necessidades humanas básicas”, avisou o membro do Comité Europeu dos Direitos Sociais do Conselho de Europa.

A CNJP, presidida por Bruto da Costa, é um organismo laical da Conferência Episcopal Portuguesa, criado com a finalidade genérica de promover e defender a justiça e a paz, à luz do Evangelho e da doutrina social da Igreja.

A comissão atua sob a sua própria responsabilidade, não vinculando a hierarquia com as suas atividades e tomadas de posição.

JCP

 

 

 

 

 

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