Poder rezar em Tarso

Bispos pedem ao governo turco autorização para que a velha basílica de São Paulo, hoje convertida em museu, seja devolvida ao culto cristão O Ano Paulino pode devolver à cidade de Tarso um lugar de culto cristão permanente. É esse o desejo dos Bispos da Turquia que, na Carta Pastoral que escreveram no contexto da celebração do Ano Paulino, pedem ao governo turco autorização para que a velha basílica de São Paulo em Tarso, hoje convertida em museu, seja devolvida ao culto cristão. E não se trata de mais um lugar de culto. Em causa está a possibilidade para os cristãos se encontrarem e celebrarem em comunidade: os que possam viver em Tarso e os muitos que por lá peregrinam, nos passos de S. Paulo. Pela extensa Turquia, são poucos os lugares de culto cristão. Menos as paróquias ou estruturas católicas que sustentem uma organização do cristianismo. A minoria cristã (aproximadamente 2% da população), sobrevive em tempos e espaços que a maioria muçulmana, em que os órgãos de soberania se revêem, lhes permite. E são frequentes as experiências de grupos de peregrinos que, por cantarem ou rezarem uma breve oração em público, rapidamente são advertidos por forças de segurança para a proibição a tal manifestação de fé cristã. Acontece em Tarso, terra natal de S. Paulo, como em Antioquia da Síria, ponto de partida para as suas viagens missionárias. A celebração do Ano Paulino pode ser a ocasião para que o desejo de pluralidade religiosa, que também se percebe, chegue de facto à concretização na sociedade. Nesse desejo, os Bispos da Turquia são os primeiros a iniciar a celebração deste ano: já no próximo Domingo, 22 de Junho, é inaugurado um ano de celebrações, com uma eucaristia, presidida pelo Cardeal Walter Kasper, Presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos. Na Carta Pastoral para este ano, intitulada “Paulo, testemunha e apóstolo da identidade cristã”, o episcopado turco anuncia uma peregrinação nacional a Tarso e Antioquia e Éfeso. Projecta também a realização de diferentes iniciativas ecuménicas, nomeadamente com as comunidades ortodoxas e protestantes.

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