O lançamento do Ano Pastoral na Diocese de Aveiro está marcado para 5 de Outubro, no Seminário de Aveiro, como é habitual desde há vários anos. Aos principais agentes pastorais (párocos, responsáveis de serviços e movimentos, líderes de grupos apostólicos) será apresentado o programa pastoral para 2007/08. Durante este ano apostólico, a diocese de Aveiro terá como lema e programa “O serviço aos mais pobres é sinal visível e expressivo da verdadeira Igreja de Jesus Cristo”. Na prática, será dado especial relevo à acção sócio-caritativa das comunidades paroquiais, dos grupos, movimentos e instituições, das famílias e dos cristãos em geral. Num documento elaborado pela Vigararia da Pastoral Geral (e que foi usado no encontro de preparação do novo ano pastoral, realizado no dia 16 de Julho), pode ler-se que a programação terá como objectivos: – revitalizar a dimensão social-caritativa inerente à vocação baptismal de cada crente e decorrente da identidade e missão de Cristo; – valorizar os projectos, grupos, acções e iniciativas já existentes; – reflectir sobre o que falta fazer e lançar bases; – promover a comunhão e entre-ajuda entre os diversos agentes; – dar visibilidade à acção social da Igreja Aveirense. O documento, com as alterações decorrentes do encontro em que participaram padres e directores de secretariados pastorais, dará origem ao programa pastoral, mas nele pode-se já ler as estratégias que será necessário implementar: – Integração de temáticas de cariz social nas caminhadas catequéticas e juvenis e nas acções desenvolvidas em âmbito escolar; – promoção de formação a nível paroquial e diocesano na área caritativa e social; – criação de uma plataforma que potencie a comunhão entre as diversas instituições particulares de solidariedade social dependentes da Igreja Católica, que tenha, exteriormente, uma voz comum e, interiormente, um conjunto de meios de apoio, nomeadamente legal e jurídico; – publicação semanal de artigos, no Correio do Vouga, a respeito das diversas instituições e iniciativas; – organização de um certame que congregue os agentes deste campo e desafie não só “os de dentro” a tomar conhecimento do trabalho feito e das iniciativas em desenvolvimento. Para chegar aos objectivos e estratégias, o referido documento aponta uma série de aspectos bíblicos, históricos e pastorais que fundamentam a prioridade à caridade. Repescamos alguns: * Jesus optou pela pobreza, anunciou o Reino aos pobres, “esteve próximo dos que até socialmente era marginalizados”; * As primeiras comunidades partilhavam os bens, viam com maus olhos a falsa caridade, e organizavam-se par apoiar os mais necessitados; * Ao longo da História, a Igreja procurou despertar para o amor que gera fraternidade e responsabilidade pela vida do irmão; mais recentemente, a Doutrina Social da Igreja tem alertado para o direito ao trabalho e às condições básicas para a realização básica de cada pessoa; * Bento XVI (encíclica “Deus é amor” e exortação apostólica “Sacramento da Caridade”) recorda que “o alimento da verdade leva-nos a denunciar as situações indignas do ser humano”; * O Sínodo Diocesano de Aveiro fomenta o compromisso social como identidade e vocação dos leigos; * D. António Francisco, na saudação inicial à Diocese, afirma: “Volto-me, com redobrado afecto, para os pobres e doentes, para os idosos sem ninguém e para as vítimas da injustiça e da violência, do esquecimento, da solidão, do abandono”. É urgente intervir O documento refere “aspectos questionadores”, isto é, situações sociais que exigem a intervenção cristã. Aqui fica um possível resumo: – há bolsas do pobreza na sociedade aveirense, principalmente “pobreza envergonhada” na população idosa; – há pessoas a chegar aos centros urbanos que vivem de esmolas; – aumenta o número de pessoas que recorrem à cozinha económica das Florinhas do Vouga; – os voluntários dos grupos sócio-caritativos nem sempre têm formação para desenvolver a sua acção, que por vezes fica pelo socorro imediato, faltando as propostas de reintegração social a médio e longo prazo; – os centros sociais paroquiais passam por dificuldades como políticas erróneas do poder central, o asfixiamento de iniciativas pelo poder local, o alheamento da comunidade em que se inserem ou a deficiente formação dos seus funcionários e voluntários; – predomínio das acções de apoio emergente e não das que promovem a dignificação total e a reintegração social responsabilizante; – ajuda sem critérios que responsabilizem os utentes; – falta de voz comum por parte das instituições católicas. “A opinião pública nem sempre está informada e a opinião publicada nem sempre ajuda a esclarecer e a dignificar”; – dificuldade em partilhar por parte dos católicos. 2005/2006 A Igreja serva e pobre, em estado de missão e conversão, que se alimenta da Eucaristia, dá testemunho de Jesus Cristo no mundo concreto que procura conhecer e amar 2006/2007 Evangelizar a Família por todos os meios ao nosso alcance 2007/2008 O serviço aos mais pobres é sinal visível e expressivo da verdadeira Igreja de Jesus Cristo