Dia 11 sem «Nim» Margarida Neto, que veio ontem ao Funchal para apresentar, oficialmente, o movimento “Plataforma Não Obrigada”, disse que, neste momento, a opinião da maior parte das pessoas sobre a despenalização do aborto até às 10 semanas é o “Nim”. Por isso, considera que é necessário que, até ao dia 11 de Fevereiro, dia em que se realiza o referendo, seja explicado às pessoas que o que está em causa não é a despenalização do aborto, mas o aborto a pedido, dado que a actual lei já prevê excepções, como os casos de violação, malformação congénita ou de perigo para a mãe. Na oportunidade, referiu também que 65% dos casos de aborto verificados, a mulher é coagida pelo companheiro, ou pela família mais próxima, considerando, por isso, que o aborto não é uma opção para a mulher, porque, tal como afirmou, quando estas têm alternativa, não abortam. Embora admita que, inicialmente, as mulheres que abortam possam sentir um alívio, para uma situação dramática, acabam por sentir o erro em que caíram algum tempo mais tarde. Aliás, segundo referiu, o síndroma pós-aborto, «que afecta milhões de mulheres em todo o mundo, aumenta, em sete vezes, o risco de suicídio». Se o “Sim” ganhar o referendo de 11 de Fevereiro, Margarida Neto considera que Portugal «será um país que desprotege a vida humana, por razão alguma especial que não seja o pedido. Outro dos argumentos apresentados por Margarida Neto, é o facto de se prever que, a exemplo de outros países, com a despenalização, o número de abortos venha também a aumentar. Razões que sobram para a “Plataforma Não Obrigada” apelar à consciência e ao voto dos madeirenses que, em 1998, ajudaram a que o “Não” vencesse.