Paulo Rocha, Agência Ecclesia
As dioceses de Portugal iniciam um novo Ano Pastoral, a maioria através de reuniões alargadas que decorrem entre finais de setembro e inícios de outubro e, nalguns casos, coincidindo com o começo do Ano Litúrgico, o primeiro domingo do Advento, que este ano é último domingo de novembro. Em muitos casos, o tema para o Ano Pastoral aproxima planos de comunidades crentes. O horizonte é o mesmo, a proximidade geográfica também e os contextos económicos e políticos ainda mais se assemelham. Socialmente, encontram-se diferenças no modo de pertença a uma comunidade e de fidelização a compromissos, sejam litúrgicos ou de outro âmbito, propostos pelas lideranças da Igreja Católica.
Neste, como noutros casos, comparar metodologias de trabalho de organizações, sociais ou empresariais, com as estruturas que se constituem a partir de dinâmicas religiosas, nomeadamente católicas, pode resultar em benefício destas. Mesmo sem abandonar a convicção crente de que tudo acontece mais por obra de Deus do que daqueles que O seguem!
Nas organizações, planificar, agir e avaliar são rotinas do quotidiano, com implicações diretas num novo plano, nos que o concretizam, na definição de objetivos e das metas a atingir. E o rigor em cada uma das fases desse processo determina não só o sucesso pessoal e de toda a organização, mas o bem-comum e o bem-estar de todos. Porque o cumprimento dos deveres é obrigação moral e, também por isso, uma condição de felicidade.
Nas organizações religiosas (e não só) com facilidade se “queimam etapas”. Acontecem ações sem planificações, planos sem terem seguimento e sobretudo projetos que depois de lançados e executados, poucas vezes merecem a necessária avaliação. E, afinal, avaliar faz também parte do plano!
Planificar, agir e avaliar são três verbos a conjugar em cada Ano Pastoral, nas dioceses ou noutras estruturas eclesiais, por todas as partes envolvidas. Sobretudo avaliar!
De facto, diante do valor e da relevância dos planos em todas as dioceses, desde logo por existirem, abandonar de forma recorrente a avaliação com argumentos de que o julgamento acontece noutras “instâncias”, é deitar muito a perder… Mesmo que só Outro juiz o julgue, de facto!
Com o plano em mãos e diante de muitos momentos que o concretizam, há que encontrar um ou mais dias do calendário para avaliar. Caso não conste, ainda vai a tempo…
Paulo Rocha