Pio Alves de Sousa quer autonomia para Católica de Braga

O novo presidente do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa (UCP) quer que a instituição «ultrapasse, num tempo razoavelmente breve, a sua fase de instalação». Pio Alves de Sousa disse ontem, na cerimónia de tomada de posse, que «não obstante a proximidade geográfica ao Centro Regional do Porto, os dois centros não se estorvam nem se somam: mas podem e devem potenciar-se numa solidária e recíproca colaboração». O até então director da Faculdade de Teologia de Braga defendeu peremptoriamente a autonomia do Centro Regional de Braga, alegando que, deste modo, os dois centros poderão «inserir-se, mais profundamente, nos respectivos e distintos tecidos sociais, culturais e eclesiais». «Assim o Porto, efectivamente, o queira. Nós continuamos a estar interessados e disponíveis», referiu, evidenciando a quem cabe a decisão neste processo. O cónego Pio Alves de Sousa afirmou ainda que Braga não quer «ser apenas o saudoso berço da Universidade Católica Portuguesa», mas um Centro Regional que, «sem entraves, nem favores» e somado aos outros Centros Regionais, continue a fazer da Católica uma instituição de referência: orgulhosa do seu passado, consciente dos desafios do presente e audaz na construção do futuro». Na cerimónia, em que também tomaram posse Maria da Graça Ferreira Alves, como directora da Faculdade de Ciências Sociais, e João Manuel Duque, como director-adjunto da Faculdade de Teologia, o novo presidente reconheceu os «passos importantes» dados, ao longo dos últimos anos, pelo Centro Regional de Braga da UCP, «na construção, aquisição e melhoria de estruturas; na proposta e consolidação de novas iniciativas; na superação de dificuldades; e, principalmente, na harmonização de vontades em ordem à afirmação da Universidade Católica em Braga como um todo unitário, aberto à totalidade da UCP, às instituições congéneres, à sociedade e à Igreja». Pio Alves de Sousa assinalou que a Companhia de Jesus e a Arquidiocese de Braga tiveram um «papel determinante» no caminho percorrido, sob a orientação do professor José da Silva Lima, seu antecessor, «a quem a universidade deve um mundo de canseiras, gene-rosa dedicação e notável capacidade de sacrifício». O também Deão do Cabido da Sé falou ainda das dificuldades por que passa o ensino superior em Portugal e sustentou que o grande desafio é transformar as dificuldades em oportunidades e saber descobrir o que a sociedade realmente quer e necessita, «sem abdicar da verdadeira alma universitária». «Isto implica, no caso da UCP, qualidade científica e pedagógica, enriquecida pelos valores fundamentais da cultura cristã», sublinhou, acrescentando que estes princípios enformadores são «o caminho para a consolidação da qualidade: condição imprescindível para a captação de novos públicos – jovens ou adultos –, para a penetração em novas áreas e para a expansão das já existentes». Pio Alves de Sousa concluiu observando que conta com todos «para consolidar este projecto de presença da Igreja no mundo da cultura: em Braga e a partir de Braga». O novo presidente do Centro Regional de Braga da UCP «conta com o trabalho e sentido de responsabilidade de docentes, funcionários e alunos, com a lealdade dos colegas das direcções das Faculdades que integram a Comissão Instaladora, com a colaboração e conselho da Companhia de Jesus e da Arquidiocese de Braga e, principalmente, com o «apoio empenhado e sem reservas das estruturas centrais do governo da Universidade », na pessoa do reitor Manuel Braga da Cruz. Braga da Cruz diz que «instalação» vai manter-se O reitor da Universidade Católica Portuguesa (UCP) considera que «o Centro Regional de Braga continua a precisar de ser consolidado ». Na cerimónia da tomada de posse do novo presidente da Comissão Instaladora, Manuel Braga da Cruz afirmou que, com a adaptação ao modelo de Bolonha, a vida universitária está a iniciar uma nova fase, para a qual a UCP ainda não está suficientemente preparada» e daí a necessidade do Centro Regional de Braga «permanecer em instalação». O reitor referiu que o Centro Regional de Braga precisa «de se afirmar», para que venha a corresponder «à brilhante tradição académica» que começou há 40 anos. Braga da Cruz garantiu ao novo presidente da Comissão Instaladora que «pode contar com toda a solidariedade da reitoria para o desempenho cabal das suas funções» e que «não será regateado» nenhum esforço na colaboração com o Centro Regional de Braga. Para o reitor da UCP, a nomeação de um novo presidente da Comissão Instaladora «é um momento de viragem normal na vida de qualquer instituição». Ao presidente cessante, José da Silva Lima, Braga da Cruz dirigiu um «profundo agradecimento por tudo o que fez pela UCP ao longo de oito anos». O reitor falou mesmo de «uma dívida de gratidão difícil de saldar» para com o professor Silva Lima, a quem enalteceu a «persistência, a capacidade de administração e de mobilização de vontades e recursos» e a quem é legítimo autorizar o pedido para preparar a sua agregação, de modo que possa prosseguir a sua carreira académica. As palavras de gratidão foram também para o novo presidente Pio Alves de Sousa, detentor de «um currículo académico admirável» e com uma «dedicação comprovada à UCP», onde já desempenhou o cargo de vice-reitor.

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