Cumprem-se hoje dez anos sobre o assassinato do Bispo de Orão (Argélia), o dominicano Pierre Claverie, morto em Argel por fundamentalistas do Grupo Armado Islâmico (GIA). por causa das suas posições contra a violência. A sua paixão pela verdade, a justiça e a paz ainda hoje são reconhecidas, por cristãos e muçulmanos – muitos dos quais, aliás, compareceram ao seu funeral. D. Pierre Claverie gostava de dizer que trabalhava nas zonas de “rupturas”, nas fracturas que cruzavam a humanidade e, em especial, a Argélia: Islão/Ocidente, Norte/Sul, Ricos/Pobres. Apesar de ter sido avisado sobre os perigos que corria, o Bispo dominicano nunca fugiu e dizia estar “verdadeiramente” no seu lugar. Jean-Jacques Pérennès, OP, viveu durante dez anos com D. Claverie e escreveu o livro “Bispo entre os muçulmanos, Pierre Claverie, mártir na Argélia”. A obra retrata alguém que “dava prioridade às relações humanas” e que pagou, com a vida, as suas convicções, “em solidariedade com todos os argelinos, que sonham com uma Argélia mais aberta”.