Educadora social no Centro João Paulo II sublinha necessidade de promover inclusão e combater preconceitos, projetando Jubileu no Santuário de Fátima

Fátima, 07 dez 2025 (Ecclesia) – Elisabete Dias, educadora social no Centro João Paulo II, em Fátima, que integra o ‘Grupo da Diferença’, defendeu a necessidade de maior “empatia” para garantir “igualdade de oportunidade” a pessoas com deficiência em Portugal.
“O nosso objetivo é sempre o de potenciar, olharmos para a capacidade e não para a incapacidade”, assinala a responsável do Centro de Apoio a Deficientes Profundos, em entrevista conjunta à Renascença e à Agência ECCLESIA.
A entrevistada faz eco do estudo do Mecanismo Nacional de Monitorização da Implementação da Convenção sobre os Diretos das Pessoas com Deficiência (Me — CDPD), apresentado na última semana, segundo o qual 91% dos inquiridos considera que as pessoas com deficiência são discriminadas frequentemente e muito frequentemente, em Portugal.
“As pessoas com dificuldades são sempre vistas como inferiores, como mais limitadas”, lamenta Elisabete Dias, acrescentando que “há um longo caminho a percorrer e há muita discriminação”.
A questão da empatia é fundamental. Se nós conseguirmos colocar-nos no lugar do outro, calçar os sapatos do outro, isso faz toda a diferença. Se eu conseguir ver e sentir a dificuldade no outro, vou ter mais capacidade para compreender.”
Numa entrevista que abordou a missão do ‘Grupo da Diferença’, rede de instituições de Fátima e Ourém, a educadora social sublinhou a importância “desmistificar a ideia da pessoa com deficiência e sempre a maior inclusão na comunidade”.
A entrevistada alertou para a incapacidade do país de dar resposta ao envelhecimento dos cuidadores, avisando que “existem listas de espera enormes” para os lares residenciais.
A responsável destacou ainda a necessidade de “civismo” para eliminar as barreiras arquitetónicas e sociais.
No próximo dia 13 de dezembro, o Santuário de Fátima acolhe o Jubileu das Pessoas com Deficiência e seus cuidados, em colaboração com a Associação dos Silenciosos Operários da Cruz e o Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência da Conferência Episcopal Portuguesa.
Elisabete Dias sublinha o “cuidado extraordinário” que tem sido colocado na preparação do evento, com a preocupação de oferecer um “colo para todas as famílias”.
“Quanto mais a deficiência for vista e estiver acessível a todas as pessoas, mais estaremos a ir no caminho para a não discriminação e para a verdadeira inclusão”, conclui.
Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)
