A história é contada pela Agência Zenit: três pescadores mexicanos saíram no dia 28 de outubro de 2005, para capturar tubarões nas costas de Nayarit (ocidente do país), e só foram encontrados na terça-feira passada, 14 de agosto, a 8 mil quilómetros do seu ponto de partida, nas imediações das Ilhas Marshall, no extremo austral do Oceano Pacífico. As primeiras notícias surpreenderam todo o México e em especial os familiares de Lucio Rendón Becerra, Jesus Edmundo Vidaña e Salvador Ordóñez, que os davam por mortos, tendo inclusivamente celebrado já a novena dos falecidos, muito usada na religiosidade popular mexicana. Os pescadores foram resgatados com vida por um barco pesqueiro de bandeira taiwanesa, cujo capitão disse que eles estavam muito magros, famintos, mas em condições físicas razoáveis. Praticamente todos os jornais e rádios do México comentaram o incidente, qualificando-o como um “milagre” de sobrevivência. Os pescadores atribuíram esse milagre ao factode, nos nove meses em que ficaram à mercê das águas, leram “em todos os momentos da travessia” a Bíblia que levavam na pequena embarcação. Nesses nove meses, enfrentaram períodos de até quinze dias sem comer. Alimentaram-se de peixes voadores, alguns peixes que podiam capturar com anzóis e de aves. Os três bebiam água da chuva.