Lisboa, 24 fev 2012 (Ecclesia) – O presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização, arcebispo D. Rino Fisichella, ficou surpreendido com a criação do organismo por parte do Papa, em 2010.
A revelação é feita pelo prelado italiano no livro ‘A Nova Evangelização. Um Desafio para Sair da Indiferença’, cuja edição portuguesa vai ser lançada pela Paulus e que a Agência ECCLESIA pré-publica.
“Nunca poderia ter pensado, ao sentar-me à frente de Bento XVI sorridente e contente, que ele textualmente me dissesse: ‘Andei a pensar muito nos últimos meses. Desejo instituir um dicastério para a nova evangelização e peço-lhe que aceite ser o presidente’”, recorda.
D. Rino Fisichella ficou “surpreendido” com o pedido, que classificou de “grande desafio”, tendo saído “muito contente” e com “entusiasmo” da audiência realizada a 29 de março de 2010, no Vaticano.
“O interesse que a instituição do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização suscitou no mundo é realmente extraordinário e a esperança suscitada manifesta ainda mais a intuição profética de Bento XVI”, escreve o arcebispo de 60 anos.
O prelado sublinha que no atual “tempo de transição” a Igreja tem a responsabilidade de “transmitir um património vivo de cultura e de conteúdos valiosos, para que não possam cair no esquecimento”, porque se tal acontecer as consequências serão “nefastas” para a “civilização”.
A nova evangelização, explica, é a “forma mediante a qual o Evangelho de sempre é anunciado com novo entusiasmo, novas linguagens compreensíveis numa condição cultural diferente e novas metodologias capazes de transmitir o sentido profundo que permanece inalterado”.
O responsável anuncia que o seu dicastério vai lançar uma publicação que “mostrará com clareza a pluralidade dos contextos e as diversas variantes” da expressão “nova evangelização” por parte de João Paulo II, o primeiro Papa a utilizá-la.
A “nova evangelização” foi mencionada originalmente em 1979, no documento final da assembleia do episcopado latino-americano que se reuniu na cidade mexicana de Puebla, assinala o arcebispo.
RJM