Perfil de Raoul Follereau

Se fosse vivo celebrava este ano, a 17 de Agosto, o seu centenário e ficou conhecido como o “Apóstolo dos Leprosos”. Referimo-nos a Raoul Follereau, um homem que, na opinião de João Ferreira, da Associação Portuguesa Amigos de Raoul Follereau (APARF), foi um defensor “de causas nobres, justas e cristãs”. Este ano, ao comemorarmos o 50º Dia Mundial dos Leprosos, a mensagem que ele “nos deixou continua viva: combater a lepra e todas as lepras”. Se a Lepra, também conhecida como doença de Hansen, ocupava o lugar primordial na sua luta, as “outras lepras”, como ele se referia às situações de carência, não eram esquecidas – refere João Ferreira. Sonhos que ele gostaria de ver resolvidos na entrada do 3º milénio. Só assim, a aurora poderia iluminar o caminho “escuro e sombrio de todos os leprosos”. Embora se trate de uma doença devidamente controlada e já em fase de regressão, em Portugal ainda existem alguns leprosos. Assim se explica o apoio que a APARF dá “a 25 projectos no nosso país” – salienta aquele elemento. Com “alguns Euros podemos minorar o sofrimento de muitos leprosos”. No intuito de angariar verbas para os projectos que têm em Portugal e em vários países do mundo, nos dias 25 e 26 de Janeiro, os voluntários da APARF estarão “nas saídas das Missas e nas grandes superfícies”. Um apoio fundamental para “ajudarmos os projectos que temos em cerca de 40 países” – disse João Ferreira. Tal como os voluntários de hoje, que dão parte do seu tempo no auxílio aos mais desfavorecidos, o Pe. Damião “foi um exemplo vivo desse voluntariado” visto que “foi mártir da doença”. Seguidores da mensagem de Raoul Follereau, que abdicou de uma vida que lhe prometia um futuro brilhante e abastado depois de uma visita a uma aldeia de leprosos na Costa do Marfim. Foi o ponto de partida para uma vida em constante viagem (o equivalente a 32 voltas ao mundo) dedicada aos leprosos. A ele se devem múltiplas iniciativas, de que destacamos: a petição à ONU solicitando o “custo de um dia de guerra pela paz”, apoiada por 4 milhões de jovens de 125 países; a carta aos presidentes dos EUA e da URSS pedindo o equivalente ao preço de um bombardeiro, que bastaria para curar todos os leprosos do mundo; a instituição, em 1954, do Dia Mundial dos Doentes de Lepra, agora celebrado em 150 países. Um caminho proposto que “muitas associações colocam em prática” – disse João Ferreira. Depois de uma vida inteira dedicada aos doentes de Hansen, Raoul Follereau, também conhecido por “Vagabundo da Caridade”, faleceu no dia 6 de Dezembro de 1977, em Paris. No ano do centenário do seu nascimento será entregue o seu processo de Beatificação.

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