Paulo Rocha, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano
Cidade do Vaticano, 13 mar 2013 (Ecclesia) – Vários peregrinos de países lusófonos marcam presença na Praça de São Pedro à espera do fumo que indica o resultado das votações no Conclave que decorre no Vaticano desde terça-feira, sem “pressa”.
“Em assuntos desta natureza os cardeais não têm pressa. O Espírito Santo trabalha com a natureza humana, com o tempo”, refere Joaquim Gonçalves, padre de Angola.
O sacerdote católico da Diocese de Sume deseja a eleição de um Papa que “esteja à altura de dar resposta às exigências eclesiais do momento”, mesmo que a escolha leve mais tempo, e não defende critérios regionais ou continentais para esta decisão.
Desde o Vaticano, o padre Joaquim Gonçalves sente que em Angola o Conclave está a ser acompanhado com “expectativa”, “alegria” e “sentimentos de fé e comunhão eclesial”.
O padre recordou ainda a ligação do Papa emérito ao país lusófono, que recebeu Bento XVI em março de 2009.
“Conheceu a nossa terra, sentiu o calor daquele povo, as nossas expectativas e sofrimentos, sobretudo a capacidade de acreditar no futuro”, referiu.
Para Bruno Alexandre, franciscano natural do Brasil, mais do que a nacionalidade é importante eleger um Papa capaz de promover o “diálogo inter-religioso, sobre a vida e sobre a economia”.
Ainda assim, confessa que “se for um Papa brasileiro ou latino-americano, vai ser uma alegria a dobrar”.
A residir em Roma, frei Bruno afirma que este Conclave corresponde a um “momento muito importante na vida da Igreja”, que exige “discernimento e tempo” para a escolha de um cardeal capaz de responder “às necessidades do mundo de hoje.
“Não podemos ser precipitados. Os cardeais estão a agir sob a luz do Espírito Santo”, refere o frade franciscano entre a multidão que está à espera do fumo branco, sinal de que dois terços dos votos dos cardeais recaíram no mesmo nome.
“Com sol, com chuva estamos aqui a acompanhar de perto e a mostrar a nossa comunhão”, afirma.
Mario Canales, mexicano, diz que “o tempo que demorar [o Conclave] será para escolher a pessoa indicada para liderar a Igreja Católica”.
“Era o que se esperava”, refere, diante da ‘fumata’ negra, o estudante de economia que está em Roma por alguns meses num intercâmbio universitário, tendo a “sorte” de poder acompanhar na Praça de São Pedro “este grande acontecimento”.
Os 115 cardeais eleitores do Conclave que vai eleger o novo Papa reuniram-se por duas vezes à porta fechada na Capela Sistina, onde decorreram três escrutínios, na tarde de terça-feira e na manhã de hoje.
A 11 de fevereiro, Bento XVI anunciou a renúncia ao cargo, efetiva a partir de 28 de fevereiro, devido à “idade avançada”.
O último Papa a renunciar tinha sido Gregório XII, no século XV (1406-1415).
PR/OC