Peregrino entre peregrinos

Papa apresenta exigências para reconhecer o rosto de Jesus Bento XVI mostrou-se, esta manhã, como um peregrino entre os demais peregrinos que se deslocaram ao Santuário do Santo Rosto, em Manoppello (Itália). De joelhos, em silêncio, diante da relíquia venerada nesta igreja, o Papa esteve em adoração durante 10 minutos, deixando a imagem mais forte de todas nesta visita de aproximadamente duas horas. Quando falou, não o fez para declarar ou não a “autenticidade” do Véu de Verónica, mas para dizer algo mais importante: reconhecer o rosto de Jesus é vê-lo “nos irmãos e nas vivências do dia-a-dia”, com “mãos inocentes e coração puro”. Saber ou não se estamos na presença de uma “foto” de Jesus não deve desviar a atenção do peregrino daquilo que é essencial: procurar “uma existência iluminada pelo amor, que vence a indiferença, a dúvida, a mentira e o egoísmo”. Neste encontro “simples e familiar”, em que o Papa agradeceu por diversas vezes o acolhimento que a multidão lhe prestou, a mensagem central é que “para ver Deus é preciso conhecer Cristo e deixar-se plasmar pelo seu Espírito, que guia os crentes rumo à verdade”. Esse itinerário já foi percorrido, antes de nós, por muitos Santos que “reconheceram e amaram nos irmãos, especialmente os mais pobres e necessitados, o rosto do mesmo Deus que contemplaram, longamente, na oração”. Aos jovens, Bento XVI disse que “todos procuramos o rosto do Senhor e esse é o sentido da minha visita”. Desse rosto todos podem “tirar a força do amor e da paz que nos mostra, também, o rumo para a nossa vida”. O Papa recordou uma passagem do Evangelho, quando os discípulos conheceram Jesus e “não podiam imaginar quão profundo poderia ser o mistério de Jesus de Nazaré, quão insondável se poderia revelar o seu rosto”. Assim que chegou ao Santuário, o Papa foi recebido por milhares de fiéis, com quem esteve durante vários minutos, agradecendo “o vosso entusiasmo e a vossa fé”. D. Bruno Forte, arcebispo de Chieti-Vasto, ofereceu a Bento XVI duas reproduções do Santo Rosto, alguns quadros e uma dádiva para os mais pobres. A visita marcou os 500 anos de presença do “Véu da Verónica” em Manoppello, embora apenas desde 1996 – com os estudos do Heinrich Pfeiffer, S.I. – este local tenha sido redescoberto por muitas pessoas, que ali vão em busca da relíquia.

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