Peregrinar à Terra Santa é seguro

Entrevista ao Custódio dos Lugares Santos O Pe. Pierbattista Pizzaballa, Custódio da Terra Santa, e uma das figuras de referência da Igreja Católica no local, está atento às movimentações políticas em Israel, e assegura à Agência ECCLESIA a inexistência de qualquer perigo para quem quer percorrer os caminhos de Jesus Cristo. Agência ECCLESIA – Como comenta o resultado eleitoral em Israel? Pe. Pierbattista Pizzaballa – Surpreendeu-nos porque todos esperavam um maior sucesso do Kadima. Porém, parece-nos um bom resultado. Agora resta ver que tipo de aliança se formará. Isso vai ajudar-nos a perceber melhor o futuro da política de Israel, seja aquela interna, do ponto de vista social, seja na relação com as autoridades palestinianas. AE – Como vê o futuro? O que é que poderá acontecer nos próximos tempos? PP – Eu acredito que o próximo governo vai estar mais atento aos problemas sociais, que são muito grandes aqui em Israel. Depois deverá encontrar uma solução para o conflito com as autoridades palestinianas. AE – A situação política, nomeadamente esta constante sensação de insegurança que transparece para o exterior, está a prejudicar a afluência de peregrinos à Terra Santa? PP – Eu espero que não! Devo dizer que os anos 2005 e 2006 foram de mudança. Penso que os peregrinos terão começado a voltar à Terra Santa. Reconheço, no entanto, que nestes últimos três meses, por causa da instabilidade política, algumas viagens foram canceladas, mas muito poucas. De momento não há grandes consequências, o que significa que a situação política não está a influenciar, em grande medida, a afluência dos peregrinos. Penso, porém, que aquilo que influencia não é tanto a instabilidade política, que sempre foi um velho problema no médio oriente, mas a segurança, porque se os peregrinos se sentem seguros, então eles vêm. AE – Há pouco tempo os bispos da Europa apelaram para a ajuda à Terra Santa, através das peregrinações. Este “grito” mudou de algum modo a situação? PP – De algumas Conferência Episcopais o resultado foi maior, nomeadamente de países do Sul da Europa, como a Espanha, Itália… Quanto à Alemanha e outros países do Centro da Europa, ainda muito pouco. Mas no conjunto, a maior parte das peregrinações vêm da Europa, o que já é um sinal muito positivo. AE – Tem conhecimento de muitas peregrinações portuguesas? PP – Sim! De Portugal têm vindo alguns grupos, não muito numerosos. Mas o Sul da Europa, incluindo Portugal é a presença mais activa. AE – Como é que a comunidade cristã católica tem vivido esta situação? PP – Vivem as mesmas dificuldades que os outros cidadãos, palestinianos ou israelistas. Porém, como cristãos, por vezes há o problema de ser uma minoria. E as minorias não são, nunca, tomadas em consideração pelas autoridades. Por isso, sentem-se às vezes excluídos, não só dos problemas, mas também das perspectivas. AE – Numa declaração disse que, quem vai à Terra Santa pode sentir-se seguro. Reafirma essa posição? PP – Absolutamente, sim. A peregrinação à Terra Santa é, do ponto de vista físico e espiritual, absolutamente segura. Não existe qualquer risco ou perigo para nenhum peregrino. AE – Também o Pe. Pizzaballa apelou para que a peregrinação à Terra Santa não seja abandonada. Acha que foi ouvido? PP – Isso não sei, mas penso que entre as Igrejas, os párocos, os Franciscanos e as Agências de Viagem, alguém acolherá este apelo.

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Agência ECCLESIA

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