Percursos e actualidade da Missão

Jornadas Missionárias 2006 – Conclusões “Percursos e Actualidade da Missão “Ad Gentes”, 40 anos após o Vaticano II” foi o tema das Jornadas Missionárias 2006 que decorreram, em Fátima, no Centro Paulo VI, de 15 a 17 de Setembro. Participaram cerca de cinco centenas de pessoas, com uma presença significativa de jovens. O Concílio Vaticano II abriu novos caminhos à Missão da Igreja. O percurso destes 40 anos tem manifestado um grande esforço do Magistério e da Teologia em responder às questões actuais: urgência da Missão Universal da Igreja, a mediação de Jesus na História da Salvação, a inculturação, o diálogo inter-religioso e a defesa da dignidade e liberdade de todo o ser humano. Vivemos num mundo plural. O diálogo, na convivência entre culturas e religiões, é hoje uma questão de vida ou morte para as sociedades. O diálogo inter-religioso não é uma moda ou uma estratégia, mas o único caminho para a paz e conversão a Deus. É o testemunho do amor universal por todos, independentemente da religião ou cultura. No diálogo é necessário ter convicções profundas, coração aberto ao outro e purificação da linguagem e da memória histórica. Vivemos na Europa a “era do cheio”, uma sociedade mediática e virtual, fundada na satisfação individualista de todas as necessidades. Este “mundo admirável” coexiste escandalosamente indiferente ao drama dos continentes esquecidos, que nos batem à porta numa imigração marcada pelo desespero. Aos cristãos compete, na sociedade e na política, contribuir para uma cultura de acolhimento e humanização, aceitando ser voz profética dos sem voz. Vinte anos depois do Encontro de Assis e perante a violência que marca o mundo hoje, o “espírito de Assis” continua a afirmar o papel das religiões como caminho para a construção da paz. A Missão da Igreja continua actual e urgente, porque Deus permanece fiel ao seu projecto de salvar toda a humanidade. O Espírito de Deus está presente em toda a criação realizando, de diversas formas, esta obra universal de salvação. Cristo é a revelação plena de Deus. A Trindade associou-nos à sua Missão, chamando toda a Igreja a viver e anunciar o Reino de Deus a toda a criatura. A Missão tem o seu coração na Igreja local. Uma Diocese, animada pela Missão local e universal, deve promover formas de solidariedade e intercâmbio eclesial que abranja leigos, consagrados, sacerdotes e bispos. Toda a acção pastoral deve ser missionária. Só assim, se pode combater uma certa desmotivação típica de sociedades marcadas pela indiferença. O aumento significativo de leigos que partem em missão constitui, hoje, um sinal dos tempos. É notável o número de leigos missionários que se fizeram solidariedade e voltaram diferentes. São hoje fermento de dinamização missionária e evangelização nas Igrejas locais. Na celebração dos 500 anos do nascimento de S. Francisco Xavier, prestamos homenagem a quantos deram a vida ao serviço do Evangelho e recordamos, de modo especial, o P. Afonso Moreira, recentemente martirizado em Angola. Congratulamo-nos com a iniciativa da Conferência Episcopal em promover um Congresso Nacional Missionário a realizar em 2008, em Fátima. Portugal é de novo convocado para a Missão. A vivência do Outubro Missionário e a preparação em cada diocese deste Congresso abrem caminho para uma nova era missionária que comprometa toda a Igreja portuguesa. As Jornadas Missionárias de 2007 vão realizar-se, em Fátima, de 14 a 16 de Setembro. Fátima, 17 de Setembro de 2006

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Agência ECCLESIA

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