A Associação Patriótica Católica (APC) da China, a única legal na China e que responde ao governo central de Pequim em vez do Vaticano, confirmou hoje a escolha de um novo bispo auxiliar, sem a aprovação de Roma. Liu Bainian, vice-presidente e porta-voz da Igreja Patriótica, confirmou em declarações à Agência Lusa que a organização escolheu Wang Renlei como bispo auxiliar da diocese de Xuzhou, na província oriental de Jiangsu. “A escolha do novo bispo é do maior interesse para a nossa igreja, até porque o actual bispo já tem muita idade”, afirmou Liu, referindo-se a Qian Yurong, que tem 90 anos “Não sentimos necessidade de consultar o Vaticano, uma vez que o Vaticano não reconhece a China e os dois países não têm relações diplomáticas”, disse o vice-presidente da APC. No passado dia 30 de Abril, a APC ordenou dois Bispos sem autorização do Papa, atitude que foi considerada pela Santa Sé como “uma grave violação da liberdade religiosa”. O Vaticano exige o respeito da liberdade da Igreja e da autonomia das suas instituições perante qualquer ingerência externa. As últimas ordenações sem o aval do Papa, antes destas, tinham acontecido em 2000, com 5 novos Bispos da APC, e levaram a um congelamento das negociações entre a China e a Santa Sé para o restabelecimento de relações diplomáticas.