Pelo fim dos sacrifícios com a saída da troika

Cáritas Europa e Portuguesa afirmam a «ineficácia das medidas de austeridade»

Lisboa, 17 mai 2014 (Ecclesia) – A Cáritas Europa e Portuguesa afirmaram hoje em comunicado conjunto que a saída da troika deve possibilitar o fim dos “sacrifícios” e pediram aos representantes dos europeus escolhidos nas próximas eleições que garantam a repartição dos “custos da austeridade”.

Numa declaração enviada à Agência ECCLESIA, a Cáritas Europa e a Cáritas Portuguesa manifestam a expectativa de que o fim do programa de ajustamento se traduza no “fim das exigências de sacrifícios tão duras e sempre aos mesmos” e, no contexto das eleições europeias, pedem aos representantes dos cidadãos que se certifiquem da partilha “justa e equitativa” dos “custos da austeridade”.

As instituições de solidariedade insistem junto do Governo português para que “recoloque as pessoas no centro das suas políticas”, garanta a “proteção social dos que estão aprisionados a situações de desemprego de longa duração” e “respeite os clamores dos grupos fragilizados da população”.

Numa declaração conjunta sobre a revisão final ao programa de ajustamento económico para Portugal, a Cáritas Europa e a Cáritas Portuguesa afirmam a “ineficácia das medidas de austeridade” e as suas “nefastas consequências”.

“A Cáritas Europa e a Cáritas Portuguesa desejam chamar a atenção para as evidências que constam no segundo relatório europeu de acompanhamento da crise, realizado sob a coordenação da Cáritas Europa, no qual se evidenciam as nefastas consequências e a ineficácia das medidas de austeridade, na vida das populações já, económica e socialmente, vulneráveis”, afirma o documento enviado à Agência ECCLESIA.

As Cáritas consideram que “as medidas de austeridade não são a solução dos problemas causados pela crise” e que as pessoas que estão a pagar “o preço mais elevado” não tiveram qualquer intervenção nas decisões que levaram ao seu aparecimento.

“Os países onde foram introduzidas medidas de austeridade muito fortes, como por exemplo Portugal, são os mesmos que têm sistemas de proteção social mais débeis, o que levou a um aumento da incapacidade para proteger, socialmente, os seus concidadãos”, recorda o documento.

A Cáritas Europa e a Cáritas Portuguesa sustentam que a austeridade “não pode ser a única solução para “resolver os problemas causados pela crise”, está a “provocar elevados níveis de pobreza”, “aumentos do desemprego” e um crescimento “ainda muito baixo”.

“O sistema de proteção social em Portugal está sob grande tensão devido aos sucessivos cortes nos serviços públicos, concretamente na saúde e na segurança, social que estão a afetar desproporcionalmente os grupos mais vulneráveis e de rendimentos mais baixos”, consideram as instituições de solidariedade europeia e portuguesa.

“O caminho da austeridade escolhido, até agora, não tem sido capaz de atingir os principais objetivos a que se propôs”, sustenta a declaração conjunta da Cáritas Europa e Cáritas Portuguesa.

PR

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