Pedrógão Grande: Pároco recorda vítimas e aponta à vida depois do luto

Padre Júlio dos Santos deixou palavra de reconhecimento pela dedicação dos bombeiros

Pedrógão Grande, 26 jun 2017 (Ecclesia) – O padre Júlio dos Santos, responsável pela comunidade católica de Pedrógão Grande, evocou este domingo as vítimas do incêndio que a 17 de junho deflagrou na região e apontou à vida depois do luto.

O sacerdote presidiu à Missa dominical na igreja de Nossa Senhora da Assunção, onde começou por recordar os que faleceram e todos os que estão a sofrer por causa dos “tristes acontecimentos” que provocaram a morte de 64 pessoas.

“Para Deus, nós não somos números”, assinalou.

O pároco falou da necessidade de “fazer luto”, com a “obrigação de continuar a vida e vivê-la ainda mais profundamente”.

“Que o Senhor nos ajude, que o Senhor ajude todas as famílias que estão a sofrer”, pediu o padre Júlio dos Santos.

O responsável mostrou-se sensibilizado com a presença dos “bombeiros e de todos os voluntários” que têm ajudado a população, antes de lembrar o bombeiro de Castanheira de Pêra, Gonçalo Correia, que faleceu no combate ao fogo.

“Estes homens mostram muito o que é amar, o que é dar a vida”, declarou.

O pároco de Pedrógão Grande falou na responsabilidade de cada pessoa em “continuar a obra da Criação”, sublinhando que, segundo o ensinamento católico, a natureza foi confiada à humanidade para que esta cuide dela, “não para a destruir”.

“Como é que nós estamos a gerir o mundo?”, questionou.

A homilia realçou esta responsabilidade na construção da sociedade e na defesa do ambiente.

“O que é que vamos deixar aos que vêm depois de nós? Um caixote do lixo?”, perguntou o padre Júlio dos Santos.

Os incêndios que afetaram os Concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, na última semana, provocaram 64 mortes e mais de 200 feridos, além de terem atingido 90 casas e 25 empresas.

OC

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Agência ECCLESIA

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