«Qualquer gesto é importante, neste momento», diz padre Júlio dos Santos
Pedrógão Grande, 19 jun 2017 (Ecclesia) – O padre Júlio dos Santos, responsável pela comunidade católica de Pedrógão Grande, nasceu em Escalos Fundeiros, onde se julga que o fogo de sábado começou, e vive de forma particular este drama, “como pároco e filho da terra”.
“O que mais preocupa é o estado de espírito das pessoas, a parte psicológica”, referiu hoje à Agência ECCLESIA.
O responsável sublinha o papel fundamental de uma “solidariedade maior” da Igreja Católica, para responder às necessidades das pessoas, a começar pelas “palavras de ânimo”, mostrando proximidade a quem sofre.
“Qualquer gesto é importante, neste momento”, sustenta o pároco.
O sacerdote está em diálogo com a Cáritas e manifesta a intenção de “permanecer no terreno” até que as várias situações se resolvam.
No sábado, quando o incêndio deflagrou, o padre Júlio dos Santos confessa que também ficou “desorientado”, procurando saber das gentes, uma situação que continua a marcar o quotidiano de muitas pessoas.
“Isto é aflitivo, as pessoas andam à procura umas das outras, ainda”, realça, acrescentando que “é nestes momentos que as pessoas se unem mais”.
O pároco acompanhou o bispo de Coimbra numa visita que D. Virgílio Antunes realizou hoje às povoações mais afetadas.
“Estarmos com as pessoas é a nossa obrigação, é o nosso povo”, sublinha.
A organização dos funerais é agora outra das preocupações, um momento delicado para a população.
O fogo que começou este sábado numa área florestal em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande (Distrito de Leiria, Diocese de Coimbra), e se alastrou aos municípios vizinhos de Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos, provocou até ao momento 64 mortos; há também mais de 130 feridos a registar e 150 famílias desalojadas.
O Governo português decretou três dias de luto nacional, a partir do último domingo.
HM/OC