Pedras preciosas nas igrejas históricas

A Diocese de Beja, o Museu Nacional de História Natural e os municípios de Beja e Sines propõem um passeio pelos tesouros artísticos do Baixo Alentejo. Objectivo: reconhecer materiais gemológicos oriundos de diversos continentes. Sob a orientação de Galopim de Carvalho, um pouco de imaginação e gosto pela ciência são o único equipamento necessário para uma navegação inesquecível em que ciência e passado dão as mãos. A rota levará a participantes a fazerem um percurso sobre regiões, épocas, técnicas e tradições muito distintas.

Ao contrário do que se poderia pensar à primeira vista, o património artístico – e o património religioso em particular – não constituem domínios fechados na dimensão estética, como se estivessem congelados no tempo. De facto, a arte sacra constitui uma realidade dinâmica, permitindo abrir janelas sobre os domínios mais variados e, por vezes também, mais insuspeitos, entre eles os que se prendem com o conhecimento das ciências da natureza. Foi a consciência desta palpitante realidade que levou a Diocese de Beja, através do seu Departamento do Património Histórico e Artístico, a aderir com muito interesse, pelo segundo ano consecutivo, à iniciativa “Geologia no Verão” do Programa Ciência Viva, realizada em parceria pelo Museu Nacional de História Natural (Universidade de Lisboa), Ministério da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior e municípios de Beja e Sines.

Orientadas pelo geólogo Rui Galopim de Carvalho, especialista em Gemologia e “Executive Liaison Ambassador” da ICA – International Colored Gemstone Association, vão realizar-se duas sessões dedicadas, em ambiente informal, à descoberta das pedras preciosas que se encontram presentes nos tesouros dois monumentos fundamentais para o conhecimento da arte do Alentejo, a igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, em Beja, e a igreja de Nossa Senhora das Salas, em Sines. Integrados na rede de museus da Diocese de Beja, estes dois pólos museológicos possuem obras de joalharia e ourivesaria da maior relevância para o estudo de jóias realizadas com pedrarias vindas dos quatro cantos do mundo, desde o Ceilão e a Índia até à África e ao Brasil. As igrejas são elas próprias, aliás, monumentos do maior significado geológica, tendo em conta a sua implantação e materiais pétreos com que foram construídas, outro aspecto que não deixará de ser tido em conta nestas sessões.

A Gemologia, que tem um precisamente em Galopim de Carvalho um dos seus principais cultores em Portugal, constitui uma especialidade da Geologia que estuda o carácter físico e químico dos materiais de valor gemológico que se prestam ao adorno pessoal ou à decoração de ambientes. Para que algo seja consagrado como material gemológico é preciso que apresente simultaneamente beleza, raridade e durabilidade. Dos variadíssimos exemplos de pedras e outros materiais preciosos que se encontram actualmente patentes nas colecções dos museus da Diocese de Beja podemos elencar os seguintes, de acordo com a sua origem: do reino mineral, turmalinas, quartzos, esmeraldas, rubis e diamantes; do reino animal, marfim e pérolas; e do reino vegetal, o âmbar.

As actividades em Beja e Sines terão lugar, respectivamente, nos dias 5 e 13 de Setembro, pelas 16 horas, e contam com a colaboração dos municípios locais. O acesso é livre, mas recomenda-se a inscrição no site www.cienciaviva.pt ou pelo telefone 284 320918.

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