D. Jorge Ortiga afirma que dentro de um ano haverá novidades
O discurso de Bento XVI aos bispos portugueses para que a Igreja reforce a sua presença na ajuda social foi de encontro à realidade que a Igreja actualmente analisa, afirmou D. Jorge Ortiga, no final do encontro do episcopado com o Papa, no terceiro dia da visita apostólica.
Bento XVI pediu à Igreja em Portugal para reforçar a sua presença na ajuda social. O Presidente da CEP considera que a presença da Igreja besta área é muito “consistente”.
D. Jorge Ortiga considera que o discurso segue a “continuidade” do discurso que Bento XVI dirigiu aos bispos portugueses na visita Ad limina, em 2007.
Os bispos estão a “reflectir sobre a pastoral que o país merece” mas o episcopado quis envolver a Igreja em toda a reflexão – “sacerdotes e leigos”.
Questionado sobre resultados o Presidente da CEP acredita que no próximo ano haverá uma pastoral mais unitária.
“Não temos a pretensão de resolver todos os problemas. Queremos caminhar com o povo português dando as respostas que parecem mais oportunas”.
Questionado sobre o aumento de impostos que o Governo anunciou esta Quinta-feira, D. Jorge Ortiga não quis pronunciar-se.
“Não queria pronunciar-me pois trata-se algo do domínio político e não queria que nos desviássemos da mensagem que o Papa trouxe ao Santuário de Fátima”.
Também o Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, disse que o apelo do Papa é “muito em cima da realidade”.
O bispo auxiliar de Lisboa destacou a necessidade de uma imaginação “portentosa para atender a todas as solicitações na área social”.
Emocionado D. Carlos deu conta dos apelos que ao longo da visita papal tem recebido.
“Não imaginam nestes dias. Ao passar no meio da multidão as pessoas vêm ter comigo e lançam-me os seus problemas, num abrir as suas dificuldades para eu me fazer porta-voz junto do Papa”, diz com voz embargada.
D. Carlos recordou o apelo do Papa para estarem de “olhos abertos” para ver a realidade.
“Multiplicarmos a fantasia da caridade para com poucos recursos atendermos a estas situações”, que, adverte, vão multiplicar-se.
D. Manuel Clemente destacou que nos diferentes meios devam existir testemunhos de crentes que revelem perspectiva religiosa para a resolução dos problemas sociais.
“Para que a Igreja não tenha apenas uma presença institucional, mais ou menos reconhecida, mas que exista em todos os sectores sociais – política, cultura e sociedade, crentes que mostrem como o Evangelho pode dar um contributo notável para a resolução dos problemas”.