D. Louis Sako, Arcebispo de Kiruk, no norte do Iraque, lançou um pedido urgente para a libertação do sacerdote Saad Sirop Hanna raptado no passado dia 15 de Agosto O Padre Saad Sirop Hanna regressava a casa depois da Missa na Igreja de St. Jacob, em Bagdad, quando o automóvel em que seguia foi interceptado por três homens armados. Quase uma semana após o incidente, na terça-feira (15 de Agosto), crescem os receios quanto à sua segurança. O Arcebispo Louis Sako de Kiruk, no norte do Iraque, apareceu na televisão pedindo a libertação do P. Sirop e, posteriormente, numa entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre, contou como o raptor afectou toda a comunidade cristã. “Os cristãos vivem em pânico e estão aterrorizados com a ideia de mais ataques aos seus sacerdotes e às suas igrejas.” “Quando um sacerdote é raptado, a comunidade cristã leva esta situação muito a sério por que ele é um símbolo religioso muito importante.” As declarações do arcebispo foram feitas depois do Papa Bento XVI ter apelado à libertação do P. Sirop. O Arcebispo Sako afirmou que os raptores tinham exigido um resgate de cerca de um milhão de dolares e há alguns dias telefonaram ao Patriarca Emmanuel III Delly da Igreja Caldeia em Bagdad, informando-o que tinham o sacerdote em seu poder. Entretanto, amigos e colegas do P. Sirop louvaram a sua determinação em dar toda a assistência possível aos fiéis durante a presente crise. Além de ser pároco da Igreja de St. Jacob, no distrito Al Dora em Bagdad, foi director da faculdade de Filosofia em Babel College, perto da capital. A Ajuda à Igreja que Sofre tinha concordado em pagar-lhe uma bolsa para fazer o doutoramento em Filosofia em Roma, no início do Outono. O P. Habib Al Nafaly, seu colega sacerdote caldeu iraquiano, acabado de regressar de uma visita ao seu país natal, falou da sua preocupação por “um amigo muito querido” e pediu as orações da comunidade internacional. O rapto surge numa altura em que a vida dos cristãos no Iraque se deteriorou rapidamente. Há apenas duas semanas, outro sacerdote caldeu de Bagdad, P. Raad Washan, da Igreja Caldeia da Sagrada Família, foi raptado e libertado 48 horas depois. O Arcebispo Sako relatou ameaças à vida de vários sacerdotes. Entretanto, alguns cristãos leigos foram mortos nas últimas semanas, incluindo um jovem de Bagdade e dois irmãos da parte norte da cidade de Mosul. No passado Domingo (dia 20) a assistência à Missa em Bagdad foi muito reduzida após um recolher obrigatório de 48 horas, devido aos receios de uma escalada de violência associada à peregrinação Shia. Depois de três semanas no Iraque, o P. Al Nafaly, líder da comunidade caldeia em Londres, sedeada em Ealing, afirmou: “A situação está péssima em Bagdad. É como se o país tivesse regressado aos tempos pré-históricos – não há lei nem ordem.” E acrescentou que na área onde permaneceu, era morta em média pelo menos uma pessoa por dia durante as três semanas em que esteve no país. O P. Habib disse: “O Iraque foi dividido em secções religiosas e cada secção tem o seu próprio líder. Cada um deles é um Saddam em ponto pequeno a quem se tem de obedecer.” Explicou que cada líder impõe leis, como a proibição de álcool, o uso de calças de ganga, de telemóveis e da Internet, sendo cada uma delas punível com a pena de morte. Ao descrever a capital do Iraque como uma “jaula” da qual as pessoas tentam escapar desesperadamente, o Arcebispo Sako disse: “Não se pode imaginar aquilo que as pessoas estão a passar em Bagdad.” Departamento de Informação – Fundação Ajuda à Igreja que Sofre