Pedido de socorro

Fundação AIS lança apelo de oração e solidariedade por Mianmar

Em resposta ao “angustiante pedido de socorro” da Igreja local face ao cenário de devastação e sofrimento causado pelo terramoto de 28 de Março, a Fundação AIS lança em Portugal e a nível global um apelo de oração e solidariedade por Mianmar. “A cada dia que passa, a tragédia torna-se mais evidente”, diz Catarina Martins de Bettencourt, directora do secretariado nacional da Fundação AIS, em mensagem que está a ser enviada aos benfeitores da instituição pontifícia…

Os números não páram de crescer. O poderoso sismo que atingiu Mianmar a 28 de Março, e que teve uma magnitude 7,7 na escala de Richter, já causou mais de 3 mil mortos, cerca de 5 mil feridos e mais de 220 desaparecidos. No entanto, teme-se seriamente que o balanço do terramoto, que afectou em especial as cidades de Mandalay e Sagaing, possa ser muito mais grave, podendo o número real de vítimas ultrapassar as 10 mil. De qualquer forma, independentemente do número de mortos e feridos, cerca de 17 milhões de pessoas foram afectadas pelo sismo. Neste cenário, a Fundação AIS acaba de lançar em Portugal – e também a nível internacional – um apelo de oração e solidariedade para com este país asiático. Isso mesmo pode ler-se na mensagem assinada por Catarina Martins de Bettencourt e que está a ser enviada para os benfeitores da instituição no nosso país. “Escrevo-lhe hoje com grande tristeza e preocupação, ao partilhar consigo que recebi um angustiante pedido de socorro da Igreja em Mianmar”, diz a directora nacional do secretariado da fundação pontifícia. “O impacto devastador do recente terramoto que atingiu o centro de Mianmar no dia 28 de Março deixou para trás um cenário de destruição e desespero. As cidades de Mandalay e Sagaing foram particularmente afectadas, e o sofrimento das comunidades locais é inimaginável”, escreve Catarina Bettencourt na referida mensagem.

“NÃO OS DEIXAMOS SOZINHOS”

“As equipas de resgate enfrentam enormes dificuldades devido a edifícios desmoronados, estradas intransitáveis e falhas nas comunicações, que impedem a ajuda de chegar a quem mais precisa”, esclarece ainda Catarina Bettencourt. “Perante esta devastação, reafirmamos o nosso compromisso inabalável com a Igreja local, tal como temos feito desde o início do conflito armado, que há mais de quatro anos afecta o país”, sublinha a responsável, acrescentando que “a Igreja em Mianmar enfrenta tanto desafios naturais como humanos, e é nossa missão estar ao seu lado neste momento de enorme sofrimento e de necessidade”. Palavras que dão eco também à mensagem da presidente executiva internacional da Fundação AIS. “A nossa missão é estarmos próximos da Igreja em momentos de crise, apoiando-a não apenas com oração, mas também com ajuda para reconstruir tanto estruturas como vidas, não apenas a curto prazo, mas também a longo prazo. Esta tragédia é mais um capítulo na dor terrível deste povo, e a nossa presença contínua com a Igreja em Mianmar mostra que não os deixamos sozinhos”, diz Regina Lynch.

IGREJAS DESTRUÍDAS OU DANIFICADAS

A comunidade católica também sofreu directamente com o terramoto além das perdas de vidas humanas. Em declarações à Agência Fides, o Arcebispo de Mandalay, referiu alguns dos edifícios da diocese que ficaram destruídos ou bastante danificados com o abalo sísmico. “A Igreja de Maria Auxiliadora em Sagaing, a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes em Yamethin e a Igreja dos Santos Joaquim e Ana, em Sint Kaing, desabaram. Das 40 igrejas da diocese, essas são as mais afectadas, enquanto outras 25 têm danos estruturais que impedem a realização de liturgias seguras. Além disso, o Seminário de Mandalay e o Seminário de Pyin Oo Lwin sofreram sérios danos”, descreveu D. Marco Tin Win. Toda a informação referente a este apelo por oração e solidariedade está disponível na página da Fundação AIS na internet, em  https://fundacao-ais.pt/sos-mianmar/. “A esperança nasce da solidariedade e a sua oração e ajuda são a resposta a este grito de socorro”, sublinha Catarina Martins de Bettencourt, apelando à mobilização e solidariedade dos benfeitores portugueses da Fundação AIS.

UM PAÍS EM CRISE

O sismo que abalou Mianmar veio agravar ainda mais uma situação já terrível no plano humanitário que se verificava no país asiático. No passado dia 1 de Fevereiro, quando se assinalaram quatro anos do golpe militar, a Fundação AIS recordou, citando o portal de notícias do Vaticano, que este país tem sido palco de um conflito que tem decorrido “longe dos holofotes internacionais”, mas que afecta “principalmente a população civil”.  Na altura, calculava-se que haveria mais de um milhão de deslocados internos, forçados a viver em condições desastrosas, com sérias dificuldades para encontrar alimentos, água e medicamentos. Calculava-se ainda, de acordo com a Unicef, que mais de 5 milhões de crianças birmanesas precisavam de assistência humanitária e 8 milhões de menores não tinham acesso à educação. A economia do país estava também em colapso com o desemprego em cerca de 40 %. Foi no início de Fevereiro. Agora, com o brutal sismo de 28 de Março, tudo está muito pior…

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

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